27 janeiro 2008

como o rénê

Oi Pedrão,

Descóbri qui, afinau, tenho intertetxi no quarto do hóteu em que me hópedei vai quase pra quize dias. O facto dá coisa não ter pégado lógo no dia em que chéguei fez-me abandonar a ideia de retómar a dita coisa. Lógo, como não tinha (pensáva eú) netxi no quárto e durante o dia tenho di trábálhá (o Sénhor Jésus nos condenou a esta sévícia no pécádo óriginau) nem iscrevo póstes, nem mando émais prós ámigos. Déve ser isto a que si chama o cépticismo cartesiano, Iscola Filosófica a que, pelos vistos, pertenço. E que deu mérda, tá à vista, cara!

Respondendo à sua gentileza de contá o qui vê por aí, lhe direi o qui vou achando por aquí.

Cá por Terras de Vera Cruz, o que vamos vendo dá até pra gostá disso aí. Sempri qui aqui venho, o pessoau só está falando em corrupção, mais corrupção e corrupção mais ainda. Não dá prá acreditá, mas o Brasiu é um grande e extraordinário país, governado por grandes e extraordinários patifes. Só um país e um pessoau com tamanhas qualidades poderia aguentar tanta roubalheira e tanta gatunagem, que mais fazem parécer os daí, aquéles que o bastonário Pinto dénunciou com coragem de lácrau (atira pró ar e o cuspe cai em cima de todos e de ninhum), verdadeiros benfeitores casapianos (não daqueles em que você está pensando, cara).

Depois do pessoau do cacau e da sua jagunçada, dos militares e dos pataratas do PSDB, se instalou no góverno a cáfila do PT e, acredite, nunca foi vista tanta e tamanha roubalheira num só país! Que é, ainda por cima, dos grandinhos. Nos últimos dias, aqui por São Paulo, tem-se discutido muito as contas bancárias voluptuosas que o Presidente do Tribunau de Contas estaduau tem nos Estates. Um dos dépósitos foi lévado numa mála por sua ex-esposa, e a mála estava tã pésada que a coitádinha teve de pedir auxílio. A grana deve ter caído e se espálhado na calçáda. Póbrezinha! Comparádo com o sobrinho taxista do Isaltino isto é, como vê, coisa séria e isso aí coisa de menino. Como foi póssiveu o Brasiu chéga aqui e como se poderá livrá desta cáfila de patifes, são dois énigmas que só o Senhor Jesus e o Pastor Macedo poderão esclarecê. Por mim, não tenho résposta.

Conto estár, daqui por uns dias, aí pela térrinha, sendo que temos de aumoçá para pôr a conversa em dia. É quê, neste extráórdinário país, a grandeza é tamanha que a roubalheira dos pólíticos não afecta muito o pessoau. Ao contrário daí, como sabe, onde qualquer migalha faz fauta. Vamos, pois, aumoçá, conversá e trocá experiências sobre a glóbalizáção e a róbalhização.

Quanto a gátxinhas, se você estáva esperando que eu levasse auguma prá você, está vossaésseléncia muito enganado: quem qué do bom, qui trabálhe! Se quisé aparécê por cá, venha daí, que temos o Carnavau por muito pérto. Aí, se você vié, eu já não vou. E, então, cómeremos picanha acebolada, em vez dos filétezinhos da Nanda. Mas fálarêmos à mesma da glóbalização e da róbalhização.

As minhas disculpas por não respondé em inguilés, língua mãe do libérálismo clássico, que vou lendo e falando, mas não dá para a feluência qui o meu ámigo demonstra com sapiência de erúdito. Vai assim, esta risposta, em pórtugués. Do lócau, do nacionau e do acordo órtógráfico qui vem à cáminho. Vássi préparando, pois então!

Àquele ábráço,

Ruizão

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