04 novembro 2007

the chosen people

Seria necessário um grande esforço de imaginação para acreditar tratar-se de uma conspiração; povos separados por continentes em períodos em que não existiam possibilidades de comunicação entre eles; povos separados por séculos e pertencentes às mais variadas culturas; e, no entanto, povos que, frequentemente pela boca de alguns dos seus mais destacados intelectuais, convergiram nas suas apreciações acerca de alguns dos traços mais marcantes da cultura judaica. Foram estes traços da cultura judaica que, de forma recorrente, entraram em confronto com os valores das culturas locais, dando lugar a ressentimentos e tensões que, às vezes de uma forma manifestamente exagerada, se traduziram em atitudes de rejeição.

Entre esses traços do povo judaico, estão incluídos o elitismo, derivado da sua visão de povo eleito; a sua atitude de clã, de isolamento e de recusa em se misturar com as culturas que os acolheram; o seu desdém pelos não-judeus; o seu comportamento deceptivo e às vezes explorador relativamente àqueles que não pertencem à sua cultura; a suspeição de que as suas lealdades políticas vão em primeiro lugar para os seus, e só depois para aqueles que os acolheram; uma certa propensão para colocar o dinheiro acima de outros valores e para se entregarem a actividades económicas por vezes consideradas parasitárias ou especulativas; uma tendência para o lobby e a manipulação política; uma inclinação para a vitimização (1).

Os conflitos que, ao longo da sua história, os judeus tiveram com os povos que os acolheram - e que, por serem minoritários, acabaram às vezes de forma trágica para eles - resultaram de choques entre certos valores da cultura judaica, alguns dos quais que lhe são caros, e outros valores das culturas de acolhimento, alguns também que lhes são igualmente caros. Por isso, atribuir a responsabilidade destes choques culturais e das suas consequências apenas a uma das partes, isentando a parte judaica, parece-me manifestamente exagerado.

Finalmente, uma previsão. O próximo país onde a comunidade judaica acabará a ser ressentida pela população local - e alguns sinais estão já à vista - será os EUA. E pelas mesmas razões de sempre.

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