Na tradição católica, a principal função da autoridade é a de zelar para que as regras e os valores em que assenta a sociedade - incluindo a própria liberdade - são respeitados e cumpridos. Esta função exige um homem ou mulher de grande qualidade humana, maturidade e experiência, normalmente codjuvado por outros homens e mulheres de igual quilate, que saibam, em primeiro lugar, quais são os princípios - incluindo o da liberdade - que sustentam uma sociedade pacífica e próspera e, em segundo lugar, que os façam respeitar.
Quando esta autoridade baseada numa elite natural é substituída pela autoridade democrática baseada no sufrágio universal, o povo, ou os seus representantes, não possuem, em geral, a sabedoria acerca dos princípios que mantêm uma sociedade pacífica e próspera, e menos ainda - saindo eles de dentro do próprio povo - possuem a respeitabilidade suficiente aos olhos do povo para os fazer cumprir.
A primeira vítima desta substituição é a própria ideia de princípios - a começar pelo da liberdade, o qual será prontamente sacrificado em nome de qualquer necessidade material considerada premente.
Sem comentários:
Enviar um comentário