Diogo Mainardi é o mais brilhante colunista político brasileiro, um dos melhores que conheço. Escreve como poucos, com elegância, violência e humor, e fá-lo com uma coragem imensa num país onde não é fácil afrontar quem manda.
Nos últimos anos, Mainardi denunciou Lula, Dirceu, o mensalão, o PT, a oposição ao governo e os políticos brasileiros na generalidade, de quem disse, numa entrevista à última Playboy brasileira, que «são todos meio vagabundos».
Mainardi acabou de editar uma colectânea de textos seus da Veja, todos sobre Lula, a quem o une um verdadeiro ódio de estimação, que justifica assim: «O motivo da minha implicância é público. Acho que os brasileiros, por falta de experiência democrática, atribuem uma importância exagerada ao presidente da República. Um presidente é só um burocrata medíocre que a gente contrata por quatro anos para desempenhar uma tarefa que nenhuma pessoa minimamente sensata estaria disposta a desempenhar. Ele não é nosso chefe: nós é que somos chefes dele.»
Lula é Minha Anta é um livro notável, que nos remete para o Brasil político dos últimos anos, da era PT, das «roubalheiras do PT». Sobre as quais, escreve com ironia: «Duvido que todas essas denúncias sejam verdadeiras. José Dirceu garantiu que os petistas não roubam. Ou melhor, ele garantiu que os petistas não "róbam", roubando, inadvertidamente, a língua portuguesa.» Não é, decididamente, o caso de Diogo Mainardi.
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