O que me distingue do Pedro Arroja nesta questão, não é tanto o grau de liberdade presente ou ausente na sociedade portuguesa, mas o excesso de estatismo que historicamente nos caracteriza. O que o Pedro tem, a meu ver, feito até agora é tentar demostrar a tese de que, em Portugal, os governantes são mais livres do que na maioria dos países nossos vizinhos e que a generalidade dos portugueses não se lhes opõe na expectativa de um dia vir a ocupar os mesmos lugares. É uma tese defensável, embora eu não a defenda. E, para mim, o ponto é outro e o seguinte: consome ou não consome o Estado português, pelo menos (contas muito, muito por baixo), 50% do PIB? Isto retira ou não à sociedade portuguesa e aos cidadãos a possibilidade de escolherem, isto é, a liberdade de decidirem o que fazer com esse rendimento que produzem? Isto é ou não um excesso de intervencionismo, provocado por um Estado social com funções desmesuradas, que não se reforma nem quer reformar? Este modelo de Estado convém-nos ou não? A mim não. E penso que à esmagadora maioria dos cidadãos - aos que não vivem do Estado e, até, à maioria dos que para ele trabalham - também não.
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