Aquilo que eu procurei ilustrar nos posts anteriores é que, no mundo académico, como praticamente em todos os outros sectores da vida, a esfera de liberdade individual em Portugal é maior do que num país como o Canadá.
E é na diferença entre a amplitude das esferas de liberdade individual nos dois países que está o cerne da questão. Como resulta dos exemplos que apresentei, esta diferença traduz-se, quase que invariavelmente, na liberdade que o português possui para adoptar certos comportamentos - que não são permitidos ao canadiano - e que, sendo embora vantajosos de um ponto de vista individual, são socialmente deletérios, senão mesmo consideravelmente danosos.
A pobreza relativa de Portugal face ao Canadá, e a má qualidade relativa das nossas instituições públicas - como a universidade, a justiça, a administração pública em geral - face às deles, não resulta de uma escassez de liberalismo (entendido aqui como a amplitude da esfera de liberdade individual) da nossa parte face ao deles, mas do excesso.
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