06 agosto 2007

seis


A cultura cartesiana que domina a nossa universidade desde a reforma do Marquês (1772) com a sua rejeição radical do passado e a sua atitude construtivista produziu graves danos ao país - entre eles, o sentimento de revolta permanente, o desprezo pelo passado e as tradições, um individualismo anti-social, a ânsia permanente pela modernização e a reforma.

Esta cultura foi sobretudo protagonizada por juristas (Descartes, ele próprio, era jurista) e teve como alma mater a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Porém, nos últimos 30 a 40 anos - sobretudo, nos últimos 20 - a massificação das universidades e o predomínio que a população feminina adquiriu na população universitária veio trazer à evidência um outro dano do cartesianismo - e este está a ser sobretudo pesado para as mulheres da nova geração em Portugal.

Descartes introduziu um dualismo entre o espírito e a matéria e, ao mesmo tempo que entronizava a razão, rejeitou radicalmente os sentidos como fontes seguras de informação e do conhecimento. Ao fazê-lo, Descartes tirou ao homem cinco fontes importantes de informação e do conhecimento. Mas, à mulher, tirou seis.

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