
De resto, e quanto ao soit disant «populismo», eu não consigo estabelecer, com grande rigor, a fronteira entre o que é «popular» e o que é «populista» em política. Duvido mesmo que essa fronteira exista. Se a ideia é a de que os «populistas» são vendedores de sonhos para conquistarem votos aos eleitores, uma espécie de feirantes dedicados à política capazes de toda a sorte de falsas promessas em tempo de eleições, não conheço político no activo, com funções de soberania, que o não tenha feito para lá chegar.
Aliás, a haver alguma tradição no PSD, ela será precisamente a do «populismo», estilo de que Francisco Sá Carneiro foi reiteradamente acusado pelos seus adversários. Ora por só saber «dizer mal» do governo, do Presidente e dos próprios correligionários, ora por ser um bom chefe da oposição mas um «governante incapaz», ora por ser um homem «quezilento», etc. É de lembrar, aliás, que o primeiro nome do partido foi exactamente o de «Partido Popular Democrático». Do qual se dizia, lá para os idos de 1974, 75, que era um partido sem ideologia e sem convicções, que não pertencia nem à Internacional Socialista, nem à Democracia Cristã, em suma, um partido populista. Para que conste. E para que sirva à Drª Teixeira da Cruz para situar com mais rigor a tradição do partido de que tem sido dirigente.
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