22 julho 2007

gente perigosa

Esta declaração, aqui em baixo reproduzida, pertence a António Bagão Félix, o homem que a direita escolheu para os Ministérios da Segurança Social e das Finanças na sua última passagem pelo poder. Que, nessa altura, disse ficar muito satisfeito quando via as empresas portuguesas a fechar, por, segundo ele, isso reflectir o dinamismo do nosso mercado.
Sucede que Félix não percebeu, e continua sem perceber, mesmo com a sua passagem pelo governo, que a principal causa de falência das empresas portuguesas não é a concorrência, mas a vampirização e a asfixia a que o Estado as submete: porque lhes suga os recursos por via fiscal, porque lhes atrasa os pagamentos do que lhes deve e porque as impede de se reajustarem às exigências do mercado impondo-lhes legislação laboral socialista.
Acontece que Bagão Félix não é uma figura menor da direita portuguesa. Foi, e continua a ser, o modelo de «competência» e «credibilidade» que o CDS, e o próprio PSD que o escolheu como «independente» para as Finanças, exibiram na sua última passagem pelo governo. Recentemente, segundo consta, Paulo Portas insistiu com ele para que fosse candidato à Câmara Municipal de Lisboa. Félix continua em alta nesta direita «renovada», que quer regressar ao poder. Com as mesmas ideias e as mesmas convicções que de lá a desalojaram no passado recente.
Não há gente mais perigosa do que a que é incapaz de aprender com os seus próprios erros.

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