Paulo Portas recuperou hoje o seu pecúlio político, inadvertidamente legado, há dois anos atrás, a um regente em quem não depositava a mais pequena confiança. Castro, o regente, deixou-se frouxamente tratar como uma velha empregada doméstica de aldeia, e teve hoje o triste fim que a drª Nogueira Pinto há muitos meses lhe vaticinara. Amanhã poderá passar pelo Caldas, para fazer as contas e buscar as malas. Entretanto, os seus poucos seguidores encherão os tribunais de processos e providências cautelares. Não será isso que retirará um segundo de repouso a Portas e aos seus, sobretudo a estes que hoje recuperaram a esperança num futuro risonho. Paulo Portas reconquistou o partido que é, de facto, seu. Não lhe será fácil conquistar a confiança do país. A indiferença, ou mesmo o desdém como, fora do seu cada vez mais pequeno círculo, tem sido comentado, contrasta abruptamente com a expectativa criada em 1998. Não há, na verdade, memória de um episódio tão tristemente dantesco na história da nossa partidocracia.
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