19 abril 2007

italianização

Aníbal Cavaco Silva saiu diminuído do governo, sob ameaça de despedimento sem processo disciplinar do então Presidente da República. António Guterres fugiu do pântano, Barroso não findou a legislatura por vontade própria, e Santana Lopes, apoiado por uma maioria absoluta no Parlamento, foi despedido como uma velha empregada de servir. Quanto a José Sócrates, tanto poderá ou não concluir a legislatura, embora os sintomas de fragilidade de que actualmente padece dificilmente venham a desaparecer. A sua subsistência dependerá mais do ambiente social e político, dos media e do Presidente da República, do que da legitimidade democrática de que inegavelmente dispõe.
Nos últimos quinze anos os governos não se aguentaram em Portugal. Nem com maiorias absolutas, menos ainda sem elas. Graças a Jorge Sampaio, que quebrou com uma certa evolução parlamentar do sistema, qualquer Presidente da República está e estará autorizado a interpretar como bem entender o «regular funcionamento das instituições democráticas».
A italianização real para que nos encaminhamos, sem disso nos apercebermos, exigiria uma profunda reforma constitucional, e uma definitiva clarificação do sistema de governo, abandonando, de uma vez por todas, o semipresidencialismo em que persistimos desde 1976.

3 comentários:

Anónimo disse...

ora veja como
ablasfemia chama
os clientes à feira,
se aqui mal nos visitam
e lá são mais que muitas
as visitas e nunca cansam

di martin

Anónimo disse...

e lá, mais que muitas,
as visitas não páram nunca

Anónimo disse...

Olá, meu nome é Marcos Galinari - sou argumentista brasileiro. Parabens pelo blog!
Se tiver um tempinho conheça o meu: www.marcosgalinari.blogspot.com
cumprimentos,
Marcos
marcos galinari