O Estado Novo era um Estado com autoridade ou um Estado autoritário? Por outras palavras, dispunha ele de instituições sólidas, com legitimidade própria e respeitadas por isso, autónomas entre si e no seu funcionamento, capazes de suportarem, por elas mesmas, a crítica, a censura e a opinião pública, ou, ao invés, tudo girava em torno da inegável autoridade pessoal de um homem, da sua vontade, do seu poder, da sua decisão? Afinal, o Estado Novo manda, ou quem manda, quem manda, quem manda é António de Oliveira Salazar? É que, bem vistas as coisas, caro Pedro, um Estado com autoridade dificilmente tolera um poder autoritário.
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