A crise permanente em que vive o CDS resulta de um erro de avaliação da quase totalidade dos seus protagonistas: o partido, que se reclama da democracia-cristã, não é o mesmo que foi fundado pelo MFA, por Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa, nos idos de 1974. Se é que este alguma vez existiu, ou se foi alguma coisa mais do que uma muleta, primeiro, para a revolução, e, depois, para o PSD chegar ao governo, esse partido extinguiu-se com a acção do Dr. Portas: primeiro na criação de um caldo de cultura anti-cavaquista n? O Independente (a que o Dr. Cavaco da altura, convenha-se, deu uma preciosa ajuda...); depois com o balão de ensaio que foi o PP com Manuel Monteiro; por fim com a sua mais do que óbvia entronização na liderança do partido. O Dr. Monteiro não percebeu isto, o Dr. Castro também não parece estar a entender. Já o Prof. Freitas percebeu-o tão bem, que imediatamente se desfiliou do partido sob a alegação de que «não era o que fundara». Por isso, quando o Dr. Portas quiser regressar, o que parece estar para breve, ao partido que é o seu, construído por si e com a sua gente, à sua imagem e semelhança, fá-lo-á sem dificuldade. Com ou sem utilidade, isso logo se verá.
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