Quando, no ano passado, a direita perdeu as eleições legislativas para o PS de José Sócrates, multiplicaram-se os protestos de intenções para a refundar e dar-lhe um destino diferente do que tinha sido no seu passado recente.
Efectivamente, a experiência governativa da coligação PSD/CDS fora muito dolorosa: chegada ao poder acusando o governo cessante de Guterres de cobardia política e de deserção do primeiro-ministro, acabou por perdê-lo, ao fim de três anos, pelas mesmíssimas razões. Por outro lado, o que ficou da memória desses governos, para além das trapalhadas da inteira responsabilidade dos dois partidos da coligação, foi o incumprimento das promessas eleitorais, desde logo, do famoso «choque fiscal».
Depois de se concluir, no seguimento dessa malfadada experiência, que «a direita não estava preparada para governar» e que, por consequência, havia que a habilitar a suceder a José Sócrates, o que têm vindo a fazer os partidos que a representam?
Nada, muito pouco, coisa nenhuma, ou, às vezes, mais valia estarem quietos: o CDS entretém-se em patéticas questiúnculas internas e em conflitos por um poder que já não tem e que dificilmente recuperará eleitoralmente, enquanto que o PSD decidiu quedar-se mudo e quedo, adoptando a táctica rotativista de que se não fizer muitas ondas o poder há-de, mais tarde ou mais cedo, acabar por lhe vir parar às mãos.
Quanto aos chavões do costume - a abertura à sociedade, a qualificação da sua actuação política, a aproximação dos partidos e das suas estruturas aos cidadãos -, e a algumas novidades - a sua conversão ao liberalismo -, tudo como dantes, quartel general em Abrantes. A direita indígena continua igual a si própria e ao que tem sido nas últimas décadas. Não muda, não se adapta, não se interessa efectivamente pelos eleitores. Espera que estes se saturem de Sócrates e prepara-se para voltar ao governo ao colo das suas estruturas e dos pequenos interesses que estas representam.
Como alguém dizia há uns anos, não tem, de facto, emenda.
Efectivamente, a experiência governativa da coligação PSD/CDS fora muito dolorosa: chegada ao poder acusando o governo cessante de Guterres de cobardia política e de deserção do primeiro-ministro, acabou por perdê-lo, ao fim de três anos, pelas mesmíssimas razões. Por outro lado, o que ficou da memória desses governos, para além das trapalhadas da inteira responsabilidade dos dois partidos da coligação, foi o incumprimento das promessas eleitorais, desde logo, do famoso «choque fiscal».
Depois de se concluir, no seguimento dessa malfadada experiência, que «a direita não estava preparada para governar» e que, por consequência, havia que a habilitar a suceder a José Sócrates, o que têm vindo a fazer os partidos que a representam?
Nada, muito pouco, coisa nenhuma, ou, às vezes, mais valia estarem quietos: o CDS entretém-se em patéticas questiúnculas internas e em conflitos por um poder que já não tem e que dificilmente recuperará eleitoralmente, enquanto que o PSD decidiu quedar-se mudo e quedo, adoptando a táctica rotativista de que se não fizer muitas ondas o poder há-de, mais tarde ou mais cedo, acabar por lhe vir parar às mãos.
Quanto aos chavões do costume - a abertura à sociedade, a qualificação da sua actuação política, a aproximação dos partidos e das suas estruturas aos cidadãos -, e a algumas novidades - a sua conversão ao liberalismo -, tudo como dantes, quartel general em Abrantes. A direita indígena continua igual a si própria e ao que tem sido nas últimas décadas. Não muda, não se adapta, não se interessa efectivamente pelos eleitores. Espera que estes se saturem de Sócrates e prepara-se para voltar ao governo ao colo das suas estruturas e dos pequenos interesses que estas representam.
Como alguém dizia há uns anos, não tem, de facto, emenda.
1 comentário:
E não é que parece estarmos mesmo condenados a esse rotativismo?Quando os eleitores se cansam de um,votam no outro,repetindo-se sempre este esquema,em parte por habituação e simplismo,em parte porque não têm alternativa a sério.
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