Que o liberalismo é uma impraticável utopia, já ninguém tem dúvidas. Que insistir na desregulação da vida social, na liberdade individual, na preferência pelo mercado e na livre composição dos interesses individuais e sociais, na restituição da propriedade aos cidadãos, ilegitimamente limitados no pleno gozo do que é seu por herança ou por rendimento de trabalho, na incapacidade do Estado se substituir ao indivíduo, na inutilidade da esmagadora maioria dos serviços públicos, é uma assustadora falta de bom senso e, no limite, de honestidade intelectual. Se alguma vez gente desta chegasse a conquistar um módico de poder público, a terra tremeria e os oceanos e os mares entrariam em ciclópica convulsão.
Em contrapartida, no estatismo, em qualquer das suas inúmeras e ricas modalidades, continua a residir a virtude. Garantir, como fazem as nossas Constituições ocidentais do século XX, que todos temos direito a cuidados de saúde gratuitos, a uma habitação condigna, à educação sem a pagarmos, a uma justiça rápida e segura, a uma administração pública competente e célere, ao acesso diversificado e plural a bens culturais, ao ambiente, ao pleno emprego, ao gozo de uma reforma digna e em tempo útil para ser usufruída, tudo isto são propostas sérias, vindas de gente sensata. Como, de resto, as últimas décadas bem o têm demonstrado.
Em contrapartida, no estatismo, em qualquer das suas inúmeras e ricas modalidades, continua a residir a virtude. Garantir, como fazem as nossas Constituições ocidentais do século XX, que todos temos direito a cuidados de saúde gratuitos, a uma habitação condigna, à educação sem a pagarmos, a uma justiça rápida e segura, a uma administração pública competente e célere, ao acesso diversificado e plural a bens culturais, ao ambiente, ao pleno emprego, ao gozo de uma reforma digna e em tempo útil para ser usufruída, tudo isto são propostas sérias, vindas de gente sensata. Como, de resto, as últimas décadas bem o têm demonstrado.
4 comentários:
São estes post's "iluminados" que fazem "emburrecer" os intelectualmente preguiçosos...
O virtuoso poder central até tem provas dadas, não sei onde, mas tem.
David.
Os intelectualmente preguiçosos; sâo os teus governos susecivos:ou és cégo?
Bom senso seria reduzir o peso do Estado às suas justas proporções,mas parece que isso em Portugal,para nosso mal,é,pelo menos nos tempos mais próximos,mesmo uma utopia impraticavel.Temos pois que nos submeter a esta tirania do excesso do Estado nas nossas vidas.Até quando é que o sistema se aguentará?
Já não sei bem, como vim parar a este blog, mas tenho muita pena de não ter aqui chegado mais cedo - sábado.
Digo isto, porque ainda ontem defendi com algum entusiasmo o anarco-capitalismo - e, aqui para nós, considerando aonde chegámos com o nosso "bom senso", parecia-me uma boa alternativa - vou pensar melhor, mas...
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