04 março 2006

totalitarismo

«O Estado também aflige. Por favor, não tomem isto como propaganda política. Imaginem o Estado durante Salazar e Caetano. Existia a PIDE e a censura: e mil e um tiranetes por aqui e por ali. Não vale a pena repetir o óbvio. Em compensação, o Estado não queria mandar na vida de ninguém. Não proibia que se fumasse. Deixava o trânsito largamente entregue a si próprio. Não andava tão obcecado com a saúde e a segurança. Não regulava, não fiscalizava, não espremia até ao último tostão. Um indivíduo, pelo menos da classe média, passava anos sem encontrar o Estado: em Portugal, em Inglaterra, em Itália, na Europa. Acreditam que nunca voltei a sentir o espaço e a liberdade desse tempo?»

Vasvo Pulido Valente, Não fui feito para isto, Público, 4 de Março de 2006.


«O concelho de Lamego tem menos e 30 mil habitantes e cerca de 80% trabalham na administração pública ou em instituições que vivem de subsídios do Estado. O hospital e a Câmara são os maiores empregadores, a dependência do Estado é quase total.»

Graça Rosendo, Nas mãos do Estado, Expresso, 4 de Março de 2006

5 comentários:

Anónimo disse...

Havia de ir passar uma temporada à Alemanha de Hitler e à Uniao Soviética de Estaline e você viam o que é totalitarismo. Não caia no ridiculo...

rui a. disse...

E que tal aprender alguns conceitos fundamentais, como, o de totalitarismo? Não caia no analfabetismo...

Willespie disse...

O Estado Novo de Salazar não queria mandar na vida de ninguém?

Felizmente não vivi no Estado Novo mas sei que até para ter um isqueiro no bolso era preciso ter uma licença.

Também sei que dizer que "não regulava, não fiscalizava, não espremia até ao último tostão.", pura e simplesmente não é verdade.

Obviamente que discordo com o Vasvo Pulido Valente. Com a Graça Rosendo já concordo em absoluto.

Odeio apologismo salazarista.

Anónimo disse...

Qual apologismo salazarista? O exemplo da licença de isqueiro é um caso já cansado de tão usado. Recorrer a ele, fora do âmbito do retrato anedótico, tem um nome: demagogia.

Ridícula, essa licença, de acordo, mas não desculpa a constante intromissão pública, a abjecta rapina fiscal e a inadmissível demissão do Estado face às suas responsabilidades. Tudo coisas que hoje impune e placidamente se praticam a cada instante.

Willespie disse...

É claro que existe demasiado estado. Mas pessoalmente prefiro mil rapinas fiscais provenientes de um sistema alterável e manuseável por vias democráticas e sem grandes anomalias do que um estado que só serviu para estupidificar e oprimir a população. Trata-se apenas de uma preferência e não uma tentativa de desculpar seja o que for.

Prefiro antes ser considerado demagógico e livre de o ser, do que ser como o Vasco Pulido Valente. Desesperadamente paranóico, fútil no que pretende e pior ainda mentiroso.