13 agosto 2025

O paradoxo

 

"Países moldados pela Reforma Protestante, como a Suíça, a Holanda, o Reino Unido, a Alemanha, os países nórdicos, os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia, estão entre as nações com maiores índices de liberdade civil, escolaridade, democracia estável e desenvolvimento económico. Max Weber, na sua famosa análise sobre a ética protestante e o espírito do capitalismo, observou que a mentalidade reformada, com a valorização do trabalho, da poupança, da honestidade e da responsabilidade pessoal, criou uma base cultural para prosperidade e instituições sólidas.

"Essa herança foi transmitida por comunidades que viam a administração responsável dos recursos como um dever diante de Deus, e não apenas como uma estratégia económica.

"O paradoxo é que, em Portugal, esse mesmo movimento que historicamente defendeu a liberdade de consciência e contribuiu para avanços sociais globais, continua a ser tratado como um corpo estranho. Desde Martinho Lutero, que questionou a fusão do poder político com o poder eclesiástico, até aos batistas e puritanos, que foram pioneiros na defesa da separação entre Igreja e Estado, a tradição protestante tem insistido que a fé não pode ser imposta nem controlada pelo Estado. Essa visão influenciou constituições e inspirou movimentos democráticos em todo o mundo".

Fonte: cf. aqui


Comentário: O artigo é excelente e o paradoxo tem uma explicação simples. A democracia é uma criação do protestantismo, ao passo que a tradição católica, dominante em Portugal, é anti-democrática. Portugal e a Espanha foram os países que mais resistiram aos avanços do protestantismo e da democracia.

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