15 junho 2025

CUATRECASAS - Uma máfia legal (60)

 (Continuação daqui)



60. O horror ao Marquês


Em 2020, a Cuatrecasas vendeu a sua sede na Praça Marquês de Pombal em Lisboa à seguradora Zurich pelo valor de 25 milhões de euros. E isto para se mudar para um edifício contíguo que fica na esquina da Praça Marquês de Pombal com a Avenida Fontes Pereira de Melo. 

A diferença é que a sede da Cuatrecasas se situa agora na Fontes Pereira de Melo e não mais no Marquês.  

Que horror teria a Cuatrecasas ao Marquês para mudar a sua sede para um edifício contíguo mas que já não é no Marquês?

Um artigo do Sol de 9 de Abril de 2016, com o título "Sócrates envolveu Vitorino em negócio com Angola", da autoria da jornalista Felícia Cabrita, ajuda a explicar o mistério. 

Foi a sede da Cuatrecasas na Praça Marquês de Pombal que deu o nome à célebre Operação Marquês. A conclusão a tirar é a de que onde cheira a corrupção a Cuatrecasas está lá metida.


Eis o artigo (ênfases meus):

"José Sócrates teve contactos com o seu camarada socialista António Vitorino com vista à concretização de um negócio em Angola com a Fundação Eduardo dos Santos, segundo indicam os autos da Operação Marquês, de acordo com fontes conhecedoras do processo.

"A primeira indicação recolhida nesse sentido surgiu aos investigadores do processo Marquês em setembro de 2014 após uma abordagem de Vitorino, ex-dirigente socialista e advogado no escritório lisboeta da sociedade Cuatrecasas, ao antigo líder do PS e chefe do governo, numa altura em que o telemóvel de Sócrates já se encontrava sob escuta no âmbito da operação que levaria à sua detenção no ano seguinte. Segundo o SOL apurou, terá sido o causídico quem teve a iniciativa de avisar Sócrates que já se informara sobre «o assunto» de que ambos tinham falado e que, quando quisesse, podiam conversar.

"O encontro entre ambos ocorreu no gabinete do advogado na Cuatrecasas, no Marquês de Pombal (de onde Vitorino, segundo adiantou a Sócrates, avistava o apartamento deste, na contígua Rua Braamcamp – localização que, aliás, deu o nome à operação de investigação ao antigo primeiro-ministro)".

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