(Continuação daqui)
Fonte: cf. aqui41. Todos, todos, todos!
Foi ontem pulicado pela Transparency International o Índice de Percepções da Corrupção no sector público relativo a 2024. Aquilo que salta à vista é que, no âmbito da civilização ocidental ou cristã, os países menos corruptos são os países tocados pela influência protestante do norte da Europa e da América do norte, em contraste com os países católicos do sul da Europa e seus descendentes pelo mundo fora, especialmente na América Latina.
O que explica a maior corrupção nos países de cultura católica face aos países protestantes?
"Todos, todos, todos!", foi assim que o Papa Francisco exprimiu recentemente em Lisboa o carácter todo-inclusivo ou universal da Igreja Católica. Ora, uma cultura que deseja reunir sob o mesmo tecto culturas tão diferentes como as do intelectual prussiano, do índio latino-americano, do emir da Arábia e do soba africano tem de possuir um sistema moral muito flexível.
-Podem-se comer pessoas na sua religião?
pergunta o antropófago ao padre católico.
-Bom... em princípio, não... certamente que não nas sextas-feiras santas... mas na terça-feira de carnaval, já se pode porque parece brincadeira ... e, já agora, todas as terças-feiras de 15 em 15 dias... e em casa... não venhas para a rua fazer isso...
-Pode-se roubar?,
pergunta o ladrão ao padre.
-Sim, até está no Catecismo... desde que seja para comer... (cf. aqui),
permitindo ao ladrão argumentar que tem fome a todas as horas do dia.
A flexibilidade do sistema ético do catolicismo exclui qualquer critério e torna impossível qualquer julgamento, sendo o principal responsável pela fragilidade dos sistemas de justiça nos países de tradição católica (como é notoriamente o caso de Portugal).
Quando tudo é aceite, deixa de ser possível julgar, existe sempre uma excepção para justificar um comportamento imoral ou ilegal, a própria Igreja fornece as excepções (cf. aqui). Ora, este excepcionalismo católico é o que todo o chico-esperto deseja para poder transgredir à vontade.
Está encontrada uma das principais razões para explicar a maior incidência de corrupção nos países católicos face aos países protestantes - a flexibilidade do seu sistema ético e a correspondente fragilidade dos seus sistemas de justiça, que os torna o paraíso dos chico-espertos.
-E nos países protestantes, não existem chico-espertos?
-Claro que existem, mas estão todos na prisão.
(Continua acolá)
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