(Continuação daqui)
91. As Comissões
Durante o meu comentário televisivo (cf. aqui), a certa altura o Júlio Magalhães pergunta-me quais seriam os motivos que poderiam estar por detrás de a Cuatrecasas, com o Paulo Rangel à frente, querer parar a obra. Respondi que seriam motivos políticos, que era a resposta mais branda e a única que podia dar então. Na altura, embora pressentisse, eu não tinha informação suficiente para falar de motivos económicos.
Se a pergunta me fosse feita hoje, a resposta seria diferente: "Olhe, Júlio, o mercado das obras públicas em Portugal está dividido entre o PS e o PSD. E a construção da Ala Pediátrica do Hospital de São João é uma obra do PSD".
Pouco tempo depois de tomar posse como presidente da Associação Joãozinho recebi no meu escritório a visita da Cuatrecasas, representada pelo Paulo Rangel e pelo Filipe Avides Moreira, respectivamente director e sub-director do escritório do Porto. Vinham oferecer os seus serviços jurídicos à Associação Joãozinho.
Agradeci mas fui acrescentando que todo o trabalho profissional prestado à Associação Joãozinho teria de ser a título mecenático, e eu próprio dava o exemplo, assim como todos os elementos da direcção.
Eles não devem ter gostado.
Quatro anos depois, com a obra parada há dois anos e eu metido em tribunal, o Revisor Oficial de Contas da Associação, Hernâni Vinga, entretanto falecido, do alto dos seus 85 anos de idade, e quase outros tantos de experiência, dizia-me assim em jeito de reprimenda: "Pois... o Pedro Arroja não lhes pagou as comissões!..." (cf. aqui)
(Continua acolá)
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