HETARAI

 

‹‹Se não houvesse mulheres, todo o dinheiro do mundo não valeria nada›› - Aristóteles Onassis.

Não é necessário ser bilionário para chegar a esta conclusão, mas ajuda. Feio como a peste, Onassis conquistou as mulheres mais pretendidas da sua época, com destaque para a Maria Callas e a Jacqueline Kennedy.

 

Não seria por dinheiro que estas mulheres se entregaram a este fulano, mas foi o dinheiro que lhe permitiu atingir uma posição que o distinguiu do resto da manada e o tornou atrativo. Onassis trabalhou para conquistar esse estatuto e, no fim, questionou-se se valeria a pena todo o esforço se não existissem mulheres.

 

Sempre achei piada a esta citação e por vezes tentei imaginar o que seria um mundo sem mulheres. A minha intuição é que seria um mundo de guerras constantes, com todos os machos alfa a tentarem permanentemente impor-se uns aos outros. Sem mulheres que admirassem as suas proezas bélicas, que apaziguassem os seus anseios e que se oferecessem como presas da luxúria masculina, que “cuida que se ganha em se perder” (Camões).

 

Na Grécia Antiga as hetairas eram acompanhantes sofisticadas, conhecedoras de filosofia, literatura e política, que eram verdadeiras musas para os seus heróis. Aspásia, amante de Péricles, conviveu com Sófocles, Fídias e Sócrates e influenciou os políticos mais importantes da sua época.

 

Eis uma descrição das hetairas (Éfipo citado na Wikipedia):

 

‹‹Elas lisonjeiam-nos e acalmam-nos, beijam-nos gentilmente, não pressionam os nossos lábios com força, como se fossem inimigos, mas suave e abertamente como se fossem um pardal. Elas cantam, consolam-nos e deixam-nos alegres, e imediatamente banimos todas as preocupações››.

 

Não faço ideia do que é que a maioria dos homens procura no relacionamento com prostitutas, mas imagino que a maior parte querem-se sentir ‹‹consolados, alegres e sem preocupações››.