03 dezembro 2023

Um passo de gigante (116)

 (Continuação daqui)



116.  Brutamontes criminosos

"Uma última referência aos deveres de urbanidade e respeito que devem marcar as relações entre os vários intervenientes no sistema de justiça, independentemente dos interesses que defendem.

"Independentemente da opinião que possamos ter sobre afirmações do Presidente do STJ, quarta figura do Estado, parece-nos no mínimo um ato de grosseria a alusão pública de que são conversa de tasca ou de café.

"A qualidade da justiça depende da elevação dos seus atores e do cultivo de uma cultura de respeito e urbanidade recíprocos".

Fonte: cf. aqui


As palavras são do magistrado  Adão Carvalho, que considera que os magistrados do Ministério Público estão sujeitos a um "especial dever de reserva" (cf. aqui), mas ele próprio tem uma coluna regular na revista Visão, e desdobra-se em intervenções na comunicação social, para defender os interesses corporativos do Sindicato do Crime a que preside.

Embora o magistrado Adão Carvalho seja suposto escrever para o público, naqueles três parágrafos citados acima, de um artigo recente, ele está a escrever para um membro de uma outra corporação do sistema de justiça - o advogado Magalhães e Silva que se referiu a umas declarações do presidente do Supremo como sendo conversa de tasca ou de café (cf. aqui). 

Em contraste com as declarações contundentes do advogado Magalhães e Silva que, pela sua idade, parece já não ter paciência para brincadeiras, o tom do magistrado Adão Carvalho é bastante conciliador e moralista. 

Numa fase em que o Ministério Público está sob fogo como nunca esteve em democracia, pelas razões que são conhecidas, o magistrado Adão Carvalho apela a uma cultura de elevação, envolvendo respeito e urbanidade - ele que preside a uma corporação de criminosos que de respeito e urbanidade pela população que devia servir não tem nenhum.

Pelo contrário, é uma corporação que tem destruído a vida de milhares de portugueses de bem, pessoas inocentes que o Sindicato do Crime a que o magistrado Adão Carvalho preside regularmente calunia, sequestra, rouba e devassa a vida privada sem quaisquer cerimónias.

Talvez os advogados que, por dever de ofício, têm de trabalhar diariamente com os magistrados do Ministério Público consigam, ainda assim, manter alguma elevação no trato com eles. Eu não consigo, no que, muito provavelmente, sou acompanhado por muitos milhares de portugueses que têm medo de elevar a sua voz. 

Em resultado da minha própria experiência directa e indirecta, à corporação a que o magistrado Adão Carvalho preside eu só sou capaz de a tratar por aquilo que ela, na realidade, me parece ser  - uma corporação de brutamontes criminosos e irresponsáveis.


(Continua acolá)

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