19 outubro 2022

Um juiz do Supremo (37)

 (Continuação daqui)



37. As mãos


67 - a) O assistente CC integrou o tribunal coletivo do Círculo de Bragança que em 9 de julho de 1998 condenou Sérgio António Casca, por dois crimes de homicídio qualificado, na pena única de 20 anos de prisão.
Tendo sido interposto recurso, por acórdão de 25-3-1999 do STJ, foi confirmada aquela condenação em 20 anos de prisão.
b) Na motivação da decisão sobre a matéria de facto do acórdão proferido na primeira instância escreveu-se que:
- na personalidade do arguido Sérgio António Casca “avultam os traços narcisísticos e uma certa rigidez, com tendência à racionalização e ao hipercontrolo, não apresenta as características das denominadas perturbações da personalidade, com forte interiorização dos valores morais e cívicos vigentes. Daqui se conclui que o arguido tem uma personalidade fria, calculista e com hipercontrolo. As reações orgânicas estão em consonância com a personalidade da pessoa. Para o arguido, deixar gotículas de suor tinha de estar em situação de grande stress. Em julgamento, com uma temperatura superior a 30 graus centígrados, a sala repleta de pessoas, o que a transformava numa quase “sauna”, quando lhe foi solicitado para mostrar as mãos, estas não tinham quaisquer sinais de transpiração. E em julgamento, apesar da personalidade do arguido, certamente a sua situação não era de calma”.

Fonte: cf. aqui


O juiz levantou-se da cadeira e veio-me pedir para eu lhe mostrar as mãos... e eu mostrei-lhe as mãos...

Fonte: cf. aqui, min. 37:09.


4 @ Como é que descreveria o pormenor das mãos em tribunal? Quando o juiz Marcolino se levantou e lhe ordenou para as levantar…

R: Eu não sei onde é que ele estudou isso! Eu mostrei-lhe as mãos e, por estarem secas, ele concluiu que eu tinha um hiper-controlo e que era um indivíduo frio e calculista. Tanto é que eu saí daqui com uma imagem de nervos de aço. Talvez os tenha, mas não se demonstram através das mãos secas. Aliás, nem faz sentido!

Fonte: cf. aqui


(Continua acolá)

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