24 setembro 2022

Há aqui algo mais que nos falta

O assunto fez a manchete dos jornais no início deste mês (o julgamento acabaria por ser adiado sem nova data marcada).

Eis alguns exemplos:

Público: "Casamento de centenário de Bragança leva empregada, médicos e uma funcionária a julgamento" (cf. aqui)

Notícias ao Minuto: "Empregada que casou com patrão de 101 anos começa a ser julgada"  (cf. aqui)

Jornal de Trás-os-Montes: "Empregada que casou com patrão de 101 anos julgada por sequestro e uso de documentos falsos" (cf. aqui)

O assunto foi mesmo objecto de um programa de televisão.

Neste programa, a certa altura, um dos comentadores, que foi inspector da PJ e, portanto, tem um sentido muito especial para ver onde está a mentira e descobrir onde está o criminoso, acha tudo aquilo muito estranho e diz assim (cf. aqui: min.: 24:05):

-Há aqui algo mais que nos falta... que falta-nos aqui de certeza... 

Na realidade, em todo o programa, bem como em todas as notícias que saíram nos jornais sobre o assunto (com uma excepção), há uma peça de informação que falta, e que é decisiva para compreender tudo o que se passou, incluindo as acções em tribunal que deram razão aos filhos para anular o casamento do pai com a madrasta, bem como o testamento.

Dois psiquiatras e um psicólogo atestam que o ancião estava em condições de decidir e, depois de morto, vem o tribunal de Bragança dizer que, afinal, não estava? E como é que o tribunal chegou a essa conclusão, se o homem já estava morto? Toda a história parece ter sido construída pela acusação para influenciar a opinião pública e os juízes que vão decidir o processo.

Deixo um quizz sobre a peça de informação que falta:

(a) o ancião estava gagá;

(b) os filhos sempre cuidaram muito bem do pai;

(c) o juiz Francisco Marcolino, com uma história de litigância judicial para auto-enriquecimento e de condicionar juízes, está metido no assunto;

(d) os dois psiquiatras, mais o psicólogo, mais a funcionária do registo civil arguidos no processo são todos corruptos;

(e) em Bragança hoje não há caciques, só no tempo do Salazar é que havia.


(Veja a solução no próximo post)

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