Neste momento, Portugal tem pela frente um cenário de estagflação, uma combinação de inflação e estagnação económica.
O facto de Portugal ser um dos países mais endividados do mundo (o quarto, entre cerca de duzentos) cria riscos adicionais. A inflação traz consigo um aumento das taxas de juro e o consequente aumento da despesa com os juros da dívida pública. A estagnação (crescimento nulo ou negativo do PIB), aumenta as despesas sociais (v.g., subsídios de desemprego) e diminui as receitas fiscais.
A última vez que existiu em Portugal uma cenário de estagflação foi no final dos anos 70 e princípios dos anos 80, em parte fruto da conjuntura internacional, em parte devido à desordem financeira que se instalou no país depois da revolução de 1974.
Durante esse período, Portugal teve por duas vezes (1979 e 1983) de pedir ajuda internacional ao FMI que, na época, era o equivalente da Troika. Em ambos os casos, governava o Partido Socialista.
Como não há duas sem três, o risco de ter de o fazer pela terceira vez num clima de estagflação é agora considerável.
Da outra vez que Portugal teve de recorrer à troika (2011), nem foi preciso um cenário de estagflação. Governava também o PS. Bastou uma crise financeira internacional e o desgoverno do tempo de José Sócrates.
Em suma, existe agora uma risco apreciável de, em 48 anos de democracia, o Estado português declarar falência pela quarta vez, e sempre sob governos do PS.
Azar ou coincidência?
Não.
Desgoverno.
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