O espectáculo a que temos vindo a assistir, agora ao ritmo de uma vez por semana - o primeiro centrado na pessoa de Joe Berardo, o segundo na de Luís Filipe Vieira -, em que se prendem pessoas para as interrogar, depois de anos a escutar-lhes os telefones para lhes descobrir alegados crimes, e quando elas poderiam ser simplesmente convocadas para o efeito, não é justiça nenhuma.
É a crueldade que a Inquisição utilizava para destruir a reputação das pessoas e para as humilhar exibindo-as em público sem que elas se pudessem defender.
É lamentável ver ressurgir de novo, disfarçada de justiça, a pior tradição da História de Portugal - que é a tradição inquisitorial - em pleno século XXI e num pais que se diz democrático.
Eu tenho uma leve esperança de que, agora que decidiu meter-se com aquela que é, muito provavelmente, a instituição mais popular do país - o Benfica -, o Ministério Público receba a lição da sua vida que o leve a comportar-se no futuro de forma justa, humana, responsável e democrática porque aquilo que tem feito até aqui é, pura e simplesmente, uma vergonha.
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