A história da ministra da Justiça continua a gerar notícias. Agora, é a vez do juiz que foi excluído do concurso para procurador europeu vir desmentir a ministra (cf. aqui).
A história é uma chorrilho de mentiras, mas nem a ministra nem o primeiro-ministro vêem motivo para demissão. É natural. A mentira parece ser o meio natural onde vivem e prosperam.
É preciso dizer, porém, que a mentira não é um traço exclusivo da cultura do PS.
O PSD é igual ou pior.
Basta ver como o PSD reagiu a um comentário do primeiro ministro que visava directamente os militantes Paulo Rangel, Poiares Maduro e Baptista Leite sobre esta matéria.
O PSD, através da sua comissão política, anunciou ontem à noite que iria apresentar uma queixa-crime contra o primeiro ministro (cf. aqui).
Quem lesse as notícias dos jornais, ou o próprio comunicado do PSD (cf. aqui) ficava a saber da queixa crime, mas não sobre o crime. Que crime seria imputado ao primeiro-ministro? Isso ninguém conseguia esclarecer. Era uma queixa-crime sem crime.
Conhecendo a sensibilidade do eurodeputado Rangel a estas coisas - causam-lhe depressão, enxaquecas, não o deixam sair de casa, para além de natural humilhação (cf. aqui) - eu presumi que se tratava de um crime de difamação (agravada, por ser feita a eurodeputado). E que iria envolver um pedido de indemnização de muitos milhares de euros porque não há honra de eurodeputado que não se venda a dinheiro.
Esta manhã, a mesma comissão política do PSD já dizia que aquilo que iria fazer era apoiar os militantes Rangel, Maduro e Leite, caso eles decidissem avançar com uma queixa-crime contra o primeiro-ministro (cf. aqui).
E, pouco depois, os militantes Rangel, Maduro e Leite diziam aos jornais que não iriam avançar com qualquer queixa-crime contra o primeiro ministro (cf. aqui).
Quer dizer, a queixa-crime que o PSD noticiou ontem à noite, afinal, era mentira.
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