Para aqueles que querem casar o melhor dia é o 31 de Julho (cf. aqui).
Mas para aqueles que querem ser procuradores do Ministério Público o melhor dia é o 31 de Dezembro.
É neste dia que são medidas as antiguidades dos magistrados do Ministério Público as quais determinam as diuturnidades, as possibilidades de promoção e de avanço na carreira.
Por exemplo, o magistrado X que, no ano passado nesta data, estava na posição 661ª entre os procuradores da república com a impressionante antiguidade de 5 dias (cf. aqui), este ano, exactamente nesta data, passa a ter a não menos impressionante antiguidade de um ano e cinco dias.
É obra. Grande mérito o do magistrado X ao longo do último ano, ainda por cima num ano de covid.
Daqui até março ou abril, altura em que sairá a nova lista de antiguidades relativa a 31 de dezembro deste ano, os magistrados do Ministério Público vivem na angústia permanente acerca de saber quantos lugares subiram na carreira.
Essa subida depende de quantos magistrados à frente deles se reformaram ou morreram de covid e outras doenças. Dificilmente, em alguma outra profissão se deseja a morte dos colegas com tanta empatia como entre os magistrados do Ministério Público.
No caso dos procuradores-gerais adjuntos, que são a categoria mais alta do Ministério Público, onde se ganha mais do que a primeiro-ministro, houve uma baixa de vulto este ano. O procurador Toni Guimarães, um dos heróis da novela policial "O juiz pistoleiro" deste blogue, reformou-se em meados deste mês e já não fará parte da próxima lista de antiguidades.
Peço desculpa por uma ligeira imprecisão. O magistrado Toni Guimarães jubilou-se. Os cidadãos portugueses é que se reformam. Os magistrados do Ministério Público jubilam-se (cf. aqui).
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