A crise do Covid com o medo que provocou, em muitos casos verdadeiro pânico, produziu em muitos casos alterações drásticas de comportamentos.
Aconteceu assim também com os comportamentos de reporte estatístico.
Mortes que, no rame-rame habitual seriam reportadas pelas autoridades (médicos, polícias, etc.) vários dias após a sua ocorrência são agora, sob pressão da crise, reportadas no próprio dia.
Este factor serve para explicar, em parte, por que é que a linha negra das mortes relativas aos últimos dias deste ano no gráfico da DGS (cf. aqui) anda a navegar junto ao topo superior da mancha.
Trata-se de mortes estatisticamente antecipadas, isto é, mortes que, em condições normais, teriam sido reportadas mais tarde.
Sendo assim, é de esperar que nos próximos meses a linha negra volte para o nível inferior da mancha. Estatisticamente, o próximo Verão vai ter uma número de mortes inferior à média.
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