No Domingo passado fui a um batizado no Mosteiro de Leça do Balio. Foi uma cerimónia católica, com todos os ritos tradicionais, mas com um toque ecuménico que urge enaltecer.
Logo de início, o diácono, que serviu de mestre de cerimónias, dirigiu-se à congregação dos fiéis presentes, sublinhando um aspecto que nos tinha certamente passado despercebido.
- Já repararam que o L. teve muita sorte. O L. teve a sorte de nascer em Portugal porque se tivesse nascido na Síria ou num campo de refugiados da Palestina, tudo seria diferente.
Depois de uma breve pausa, o bom homem continuou:
- Tantas crianças com dificuldades, com fome, com problemas de saúde sem resposta, obrigam-nos a pensar nestas outras realidades. – Pausa
- Claro que as crianças que nascem nessas outras paragens têm outras culturas e outras religiões...
Como estudioso dos fenómenos religiosos, o meu interesse redobrou de curiosidade, que não tardou a ser recompensada com as explicações teológicas do nosso diácono.
- As religiões podem ser diferentes, mas todas são boas porque todas servem o mesmo Deus. Então um bom muçulmano ou um bom judeu ou até um ateu, vão deixar de ir para o céu, só por não serem católicos? Não, todos podem ter a salvação de Deus em Jesus Cristo.
Caramba, então eu que sou um ateu empedernido, desde que me conheço, também posso ir para o céu? Deus está disposto a receber-me nos seus braços misericordiosos? Deixa ouvir...
- E as outras religiões também têm santos e respeitam Jesus e Nossa Senhora, a Virgem mãe.
Mais uma pausa e prosseguimos:
- Aproximem-se os pais e os padrinhos e oremos a Deus Pai todo poderoso...
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