Os rankings das Escolas, recentemente tornados públicos, vieram pôr mais uma vez em evidência aquilo que é uma recorrência - o predomínio das escolas privadas, sobretudo das católicas, sobre as escolas públicas.
Este resultado não surpreende. É uma antiga tradição portuguesa. Os padres educam crianças desde há mais de dois mil anos e, no caso português, desde os alvores da nacionalidade. Ninguém os consegue bater. Certamente que não os burocratas do Estado, com os seus especialistas em Educação, sentados nos seus gabinetes da Avenida 5 de Outubro.
Porém, e não obstante esta evidência, a primeira coisa que este Governo fez quando entrou em funções foi acabar com os contratos com escolas privadas levando ao encerramento de muitas delas, sobretudo católicas. Foi mudar para pior.
Um movimento liberal não deve nunca hesitar em afirmar publicamente onde está o mérito e em pronunciar o adjectivo "católico", mesmo sabendo que ele não está na moda. Portugal precisa de homens impopulares na vida pública e ainda bem que o Carlos Guimarães Pinto parece preparado para isso (cf. aqui). Homens que digam aquilo que é preciso dizer, e não aquilo que os meios de comunicação social gostam de ouvir.
A impopularidade, desde que seja feita em nome do bem, não enfraquece um homem. Pelo contrário, fortalece-o.
Quando referi anteriormente que a Igreja Católica pode ser, nas condições actuais, um grande aliado de um movimento liberal em Portugal, estava a pensar na educação, mas não apenas nela. Estava a pensar em todos os serviços sociais, a saúde, a assistência aos pobres, aos velhos e às crianças.
Não existe na humanidade, e dificilmente existirá, quem faça tudo isto com mais experiência, competência e ao custo mais baixo. Creio que a Câmara do Porto já recorre à Igreja para a prestação de muitos destes serviços. É um exemplo a seguir.
2 comentários:
Não existe na humanidade, e dificilmente existirá, quem faça tudo isto com mais experiência, competência e ao custo mais baixo.
Madre Teresa de Calcutá é um excelente exemplo dessa afirmação. Começou a sua obra caritativa nas ruas dum país onde a Igreja Católica é minoritária, desafiando a cultura dominante. Viu por isso a sua congregação ser perseguida, ameaçada e hostilizada, até que ao fim de muito persistir e perseverar, tornou-se impossível negar o valor da sua obra. Conclusão: conseguiu alcançar um papel social e assistencial notável num país onde a presença católica é pouco ou nada expressiva.
Assim como São João de Deus, que pensou à frente do seu tempo, e compreendeu que as pessoas mentalmente debilitadas necessitavam de carinho e tratamento em vez de encarceramento.
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