Quando regressei dos EUA, em 1990, não demorei muito a perceber que o meu País estava entregue a uma súcia de comunas e que a maior parte dos nossos problemas resultavam de políticas comprovadamente falidas.
Foi por essa altura que conheci aqui o nosso Pedro Arroja e foi por sua influência que abracei o liberalismo como a filosofia de vida que mais se enquadrava com a minha visão do mundo. Felizmente, essa influência tocou milhares de outros portugueses que depois de terem passado anos a ler Marx, Engels e Lenine, por influência do Pedro passaram para o Mises, o Hayek e a Ayn Rand.
No que me diz respeito, fundei uma associação para promover o sector privado da saúde e, em especial, a medicina em regime liberal, redigi centenas de artigos a denunciar o coletivismo tuga e disponibilizei-me para participar em conferências sobre política de saúde, defendendo sempre uma posição liberal.
Hoje parece estranho, mas defender o sector privado da saúde há 30 anos era sacrilégio e não faltavam os insultos e os comentários pejorativos. Os mais benignos iam do “nós não estamos na América” até “... e os pobrezinhos?”.
Curiosamente “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” e a linguagem das privatizações, da empresarialização, do mercado, da gestão e da regulação, foi-se tornando popular ao ponto de ser cooptada pelo próprio SNS.
Quando eu sonhava com o fim do SNS e a emergência de um sistema de saúde privado, o que se passou foi que o Ministério da Saúde transformou os hospitais em Empresas Públicas, encetou as chamadas PPP’s e abraçou a regulação, embora só para os concorrentes privados.
Este “pseudoliberalismo” estatal claro que que não passa de um “travestismo”, mas deu-se um passo importante desde esses idos de 1990, já é possível ser liberal sem ser insultado (exceção para o Twitter) e são agora os comunas que sentem necessidade se esconder atrás dos ambientalismos e das alterações climáticas. Como o Mundo muda...
A abertura ao aparecimento de novos partidos liberais é fruto do trabalho de tantos portugueses que pela sua paixão pela liberdade foram reverberando a mesma mensagem, milhões de vezes, até esta permear o nosso tecido social.
O Pedro Arroja e o Rui Albuquerque são resistentes do liberalismo a quem muito devemos pelo tempo e alma que dedicaram à causa da liberdade. Tiveram sucesso, tanto que permitiu uma nova geração de políticos liberais que estão a lutar por um Portugal melhor.
Por mim, fico contente por ter dado um contributo para o desenvolvimento do sector privado da saúde, embora todos os dias me lamente em surdina do papel nocivo que o Estado continua a desenvolver.
Quando escrevia sobre a liberalização da saúde costumava terminar com um “Haja Saúde” e, um dia, ao entrar numa conferência ouvi alguém dizer: ‹‹vem aí o Haja Saúde››.
Pois bem, Haja Saúde para a liberdade e para todos os partidos que se assumem como liberais. Em especial para a nova geração de líderes liberais!
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