Uma economia liberal tem muito mais que se lhe diga do que a mera eficiência económica. É uma cultura baseada no contrato e essa cultura contratual assenta em dois valores principais - a liberdade e a responsabilidade.
Na sua origem, a palavra contrato significa "juntar" (pessoas) (cf. aqui). Quem entra num contrato fá-lo livremente porque nada nem ninguém o obriga a isso. Mas uma vez assumido o contrato, fica responsabilizado por cumprir as promessas que nele assumiu.
É muito diferente uma economia centrada no Estado. Também aqui existem contratos, mas muitos deles são agora entre instituições públicas ou entre o Estado e pessoas privadas, singulares ou colectivas.
A liberdade contratual mantém-se, mas o que dizer da sua contraparte, a responsabilidade?
Essa é que já não é certo que se mantenha.
Em primeiro lugar, o árbitro do cumprimento dos contratos - que é o tribunal - pertence ele próprio ao Estado e portanto tende a decidir a favor de quem lhe paga.
Em segundo lugar, e mais importante, um contrato entre o Estado e uma pessoa privada é sempre uma relação desigual porque o Estado tem o monopólio da força. Se a pessoa privada não cumprir, o Estado tem meios para a forçar a cumprir. Se, pelo contrário, o Estado não cumprir, é muito difícil - e certamente muito custoso - forçá-lo a cumprir. A ineficiência e morosidade da justiça, para além da sua parcialidade, favorecem o incumpridor.
Uma economia liberal cria uma cultura de pessoas livres e responsáveis. Uma economia estatizada, pelo contrário, cria uma cultura de irresponsáveis (cf. aqui).
Uma economia liberal cria uma cultura de pessoas livres e responsáveis. Pelo contrário, uma economia estatizada cria uma cultura de safados e de caloteiros, de que o Estado - na pessoa dos seus agentes - é precisamente a inspiração e o exemplo.
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