05 janeiro 2019

de arquivo

Eu vou agora ilustrar com um episódio a importância de ter um blogue.

Ontem, durante o dia, várias pessoas que se cruzaram comigo, disseram-me que me tinham visto na televisão. Umas, tinham-me visto na véspera (Quinta-feira à noite), outras, ontem (Sexta-feira) à hora do almoço.

Ora, a verdade é que eu não tinha estado na televisão.

Aquilo que eu tinha feito Quinta-feira foi cerca das 11 horas da manhã mandar por e-mail ao presidente do HSJ a carta que está em baixo e, à tarde, enviá-la também a todos os órgãos de comunicação social.

Aconteceu também que nesse dia à tarde o Presidente da CMP, Rui Moreira, esteve no HSJ a doar uma ambulância à ala pediátrica, e a comunicação social esteve lá. E entrevistou também o Presidente do Hospital.

Ora, eu de certeza é que não tinha estado na televisão, nem nesse dia nem nos dias mais recentes. Como é que várias pessoas me podiam ter visto?

Fiquei satisfeito com o reporte que a comunicação social fez da minha carta, essencialmente reproduzindo um despacho da Lusa que está muito bem feito (cf. aqui). Para além da Lusa, também a Renascença fez uma peça autónoma, que também está muito bem feita. O JN hoje traz outra, assim-assim. Finalmente, o presidente da Associação Joãozinho podia contar a sua versão da história.

Mas a televisão, como é que me poderiam ter visto na televisão, se eu não tinha estado lá?

Acabei por descobrir. Foi uma peça da SIC que passou na Quinta à noite (cf. aqui), que foi repetida na Sexta-feira à hora do almoço (cf. aqui), e que o Expresso, que é do mesmo grupo empresarial, também repete (cf. aqui).

A peça é encomendada e visa descredibilizar a Associação Joãozinho.

Nela, é sugerido que o presidente do Hospital depois de anunciar, nesse dia, o início das obras para o primeiro semestre de 2019 (elas tinham sido anunciadas dez dias antes pela Ministra para o final do ano), recebeu uma carta minha.

É ao contrário, foi por receber a minha carta de manhã que ele fez tal anúncio à tarde.

E quanto ao meu aparecimento na televisão, as minhas são imagens da arquivo, ao passo que as dele, essas sim, são genuínas, foram recolhidas na tarde de Quinta-feira. Quanto ao essencial da minha carta, nicles.

Em relação à conclusão da peça, "A verdade é que nunca conseguiu angariar os mais de vinte milhões de euros...", sobre este assunto ainda teremos muito que falar. 

A primeira questão é a seguinte: para que é que a Associação Joãozinho haveria de querer ter a totalidade do dinheiro à cabeça, para uma obra que demora entre dois e três anos a fazer? (A SIC antes de contratar a Cristina Ferreira também juntou ali todo o dinheiro previsto no contrato, separado, num montinho?). A Associação Joãozinho tinha (e tem) um plano financeiro, que passou o escrutínio do Tribunal de Contas, e que estava a ser executado com todo o rigor.

Ao contrário do que a peça sugere, a obra não foi parada por falta de dinheiro, mas por falta de frente-de-obra. Aqui é que está o busílis que a SIC, de posse da minha carta, poderia ter levantado. Pelo contrário, decidiu calar a verdade e passar a mentira.

Enfim, uma palhaçada de que a SIC e o Expresso não tinham necessidade nenhuma.

Há quem tenha visto aqui um sinal de pânico. De qualquer forma, que se desiludam, se julgam que vão conseguir passar para a opinião pública a mensagem do Governo/CHSJ.

É que agora existem blogues e redes sociais. Os cidadãos deixaram de estar à mercê de órgãos de comunicação social que se deixam manipular por interesses políticos e corporativos.

1 comentário:

dfrodrig disse...

O que eles querem é isto... https://www.jn.pt/justica/interior/derrapagem-de-43-milhoes-em-hospital-fica-sem-culpados-na-justica-10399518.html