Carta (22-25)

(Continuação daqui)

22. A carta de V. Exa. de 5 de Dezembro, se outros méritos não tem, teve pelo menos os de dar centralidade e expor perante a opinião pública aquilo que o CHSJ e o Governo durante todo este tempo procuraram ocultar: que a construção da ala pediátrica do CHSJ já começou há quase três anos, que foi bloqueada pelo Governo/CHSJ, e que já estaria pronta e paga se o Governo/CHSJ não a tivesse bloqueado.

23. A Associação Joãozinho aproveita, por isso, esta oportunidade para declarar mais uma vez a sua total disponibilidade para prosseguir a obra que iniciou e a levar até ao fim, assim o CHSJ cumpra aquilo que assinou e desimpeça o espaço para que os trabalhos possam prosseguir.

24. Mas, no caso de ser o Governo/CHSJ a fazer a obra - um evento ao qual atribuo uma pequeníssima probabilidade - a Associação Joãozinho não será impedimento. Pelo contrário, propõe-se cooperar e acelerar a solução para que as crianças possam finalmente livrar-se das condições "miseráveis" e "indignas" em que se encontram há quase uma década, desde que sejam resolvidos de forma leal e cordata, e com satisfação mínima de todas as partes, os múltiplos compromissos envolvidos no Projecto Joãozinho.

25. Na qualidade de presidente desta Associação, ficar-me-á apenas a mágoa por uma maravilhosa iniciativa comunitária, à qual os portugueses prontamente estenderam a mão, ter sido boicotada pelos seus políticos. Talvez por ser maravilhosa de mais ao ponto de os fazer parecer mal.

(Continua)