01 dezembro 2018

Vengan, cariños!

É o momento de reportar sobre os desenvolvimentos da semana acerca da guerra mediática que está em curso entre el Gobierno Luso e El Señor Don Arroga, tudo por causa do Juanito.

A semana anterior tinha terminado com o Primeiro-Ministro a dizer que o projecto de arquitectura da ala pediátrica do HSJ estava a ser revisto e que só estaria pronto em Junho. Depois, o Gobierno faria a adjudicação da obra por concurso público ou por ajuste directo. Por acaso, até já havia uma proposta do PS no Parlamento para que fosse por ajuste directo. Tudo para que a obra fosse feita o mais rapidamente possível.

Foi o golpe da semana do Gobierno sobre  Don Arroga. Na terça-feira (martes), o Parlamento aprovou, de facto, por unanimidade uma proposta do PS de alteração orçamental, recomendando ao Gobierno que fizesse a obra por ajuste directo.

Na comunicação social, as forças afectas ao Gobierno declararam-se felizes e um administrador do HSJ, agindo como porta-voz do Gobierno, anunciou mesmo que a obra iria começar depois do Verão (después del Verano).

E até o Bastonário da Ordem dos Médicos, que representa uma classe que tem como patrão o Gobierno, e que ainda recentemente recusou participar num programa televisivo em que estava presente Don Arroga - apesar de Don Arroga não sofrer de sífilis -, declarou triunfante à TSF que o problema estava resolvido - a ala pediátrica do HSJ estava finalmente a caminho.

Perante tal unanimidade da nação, os jornalistas carregaram sobre Don Arroga: "Que pensava ele fazer e qual a posição da Asociación Juanito?". Don Arroga compreendeu que o Gobierno se preparava para intensificar uma campanha mediática, que já tinha sido iniciada duas semanas antes, por um popular jornal de provincia -  El Periodico de Notícias

Esta campanha visava passar à opinião pública a ideia de que, a partir de agora, o único impedimento à construção da ala pediátrica do HSJ era o próprio Don Arroga em pessoa, e a sua Asociación Juanito, que mantinham no local uma construtora e o estaleiro da obra (à espera que o Gobierno cumprisse os compromissos assinados com ele).

Apesar de se sentir injustiçado, mas rendido à força da unanimidade dos representantes de la nación que, pela sua votação, tinham mostrado conclusivamente querer a obra feita pelo Gobierno e não pela Asociación Juanito - os contratos assinados e a obra no terreno que fossem deitados às malvas -, Don Arroga deu a única resposta que poderia dar.

Aquilo que ele queria - assim disse aos jornalistas - era a obra feita, fosse pela Asociación Juanito, fosse pelo Gobierno, fosse por los dos.  E que aguardava um telefonema do Gobierno, ou da administração do HSJ, que é um braço do Gobierno, para os receber e lhes ceder a titularidade da obra.

Mesmo encostado às cordas, El Señor Don Arroga comportou-se como um cavalheiro na resposta que deu ao Gobierno e que era, ao mesmo tempo, um apelo: "Vengan, cariños! Estoy ansioso por recibirlos".

(Y luego, en confidencialidad, añadió a los periodistas: "No creo que alguno de ellos venga").

1 comentário:

Manel da Calçada disse...

Que bien que escribes en castellano.
Yo no soy mejor en portugués.