Há défice de gestão em Portugal? Sim, com certeza que sim.
Podemos confirmar esta perceção por duas vias distintas, através da análise de dados macroeconómicos e também pela nossa experiência pessoal enquanto consumidores.
Os dados macroeconómicos demonstram um crescimento económico anémico, uma balança comercial com um saldo negativo e uma dívida explosiva. Em simultâneo há um desemprego elevado, especialmente entre os jovens, e salários que se estão a tornar incompatíveis com uma vida digna.
Nos últimos anos fomos ultrapassados, em termos de PIB/ capita (PPP), pela República Checa, pela Eslovénia, pela Eslováquia, pela Lituânia e pela Estónia.
Isto acontece porque não fomos capazes de criar valor, somos pouco produtivos na transformação de recursos em utilidadee, portanto, não geramos a riqueza de que necessitamos. Vivemos a crédito e acima das nossas possibilidades.
Não soubemos gerir da melhor maneira os nossos recursos e daí podermos diagnosticar o tal “défice de gestão” a que me referi, sem hesitar.
Claro está que o contexto, para as empresas, também não é o melhor. Antes de investir, os manuais aconselham a proceder à PEST, uma análises das condições Políticas, Económicas, Sociais e Tecnológicas do país. E, começando logo pelo P, convenhamos que não há um clima favorável ao investimento. Também aqui, porém, há um défice de gestão porque os empresários deviam fazer lóbi por uma liberalização económica e o que vemos é exatamente o contrário, querem mais socialismo.
Enquanto consumidores tropeçamos também diariamente no défice de gestão. Os gestores tornam a vida dos consumidores um verdadeiro inferno. Incomodam-nos com patetices, inventam burocracias desnecessárias e roubam-nos tempo precioso de que precisamos para outras atividades.
Em particular, os oligopólios da energia e das telecomunicações, os bancos e as seguradoras, por exemplo, têm amplo espaço para melhorar os seus serviços. Mas também as pequenas empresas que não conhecem os seus clientes, que não mostram flexibilidade, que não assumem responsabilidades, têm um défice de gestão.
São necessárias associações cívicas que alertem o País para este problema e que ajudem a encontrar soluções. Portugal é um país estagnado, em grande parte pela carência de gestores profissionais com visão do futuro.
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