11 junho 2018

justiça popular

Num post anterior eu associei a figura de Pilatos à do magistrado X no meu julgamento (cf. aqui).

É altura de explicar.

Quando Caifás - a figura da autoridade religiosa e do "juiz" parcial - entregou Jesus a Pilatos, este não sabia o que fazer.

Pilatos acreditava que Jesus estava inocente, e assim acontece com o magistrado X em relação a mim.

Mas Pilatos era um político, ele representava o Estado romano, como o magistrado X representa o Estado português no meu julgamento.

Não querendo desagradar aos judeus, e para se livrar de toda a responsabilidade, Pilatos acabaria por entregar Jesus ao julgamento do povo que se juntava à porta da prisão. Foi o povo que democraticamente condenou Cristo.

O magistrado X, no meu julgamento, não quis desagradar aos juristas, mas não tinha necessidade de me entregar ao povo e, por isso,  ele próprio "decidiu" (na realidade, recomendou ao juiz) a minha condenação.

Porquê?

Porque, no sistema de justiça em Portugal, e no meu julgamento em particular, é o próprio magistrado X que representa

a) o povo,
b) a justiça
c) a verdade
d) Deus
e) todas as respostas acima.

Já agora, sabe como é que Pilatos acabou?

Morreu de

f) fome
g) doença prolongada
h) suicídio
i)) velho
j)) afogado