Faz hoje um mês que rebentou o escândalo sobre a situação das crianças internadas no HSJ (cf. aqui).
Nada aconteceu. Não fazem nem deixam fazer. E eu decidi hoje desencadear o processo administrativo que anunciei aqui.
Era a última coisa que esperava fazer para poder dar às crianças internadas no HSJ uma instalação nova que as liberte das condições "miseráveis" e "indignas" (palavras do presidente do HSJ) em que a administração do HSJ e o Ministério da Saúde as mantêm há mais de uma década.
Mas tem de ser. Não há outra maneira. Só cumprem quando coagidos pela força.
O advogado da Associação Joãozinho actuará de forma mecenática. Mas a Cuatrecasas deve estar a rir-se: mais negócio do seu cliente HSJ.
Transcrevo a seguir um momento do diálogo entre o advogado Adriano Encarnação e o director da Cuatrecasas-Porto, Filipe Avides Moreira, durante a 5ª sessão do meu julgamento (cf. aqui) na passada Sexta-feira:
-Haveria interesse da Cuatrecasas na não-construção da ala pediátrica?
-Não. Nada.
Como se está a ver mais uma vez.
Eles vivem de criar obstáculos, problemas e sarilhos na expectativa de, mais tarde, serem chamados e pagos para os resolver. É assim que, em parte, se explica aquela facturação de 300 milhões de euros ao ano de que eles tanto se orgulham..
Reproduzo agora o momento de outro diálogo ocorrido na Sexta-feira passada, mas entre o magistrado do Ministério Público e a advogada da Cuatrecasas, Raquel Freitas:
-Como actuam face ao cliente... decidem em nome do cliente?
-Sim.
Perante a insistência na pergunta e a mesma resposta - Sim - , e com o advogado Adriano Encarnação já em pânico a fazer também a pergunta em simultâneo com o magistrado pela terceira vez, a Dra. Raquel Freitas, vendo que lhe tinha fugido a boca para a verdade, corrigiu atabalhoadamente a resposta - e que correção!:
-Não.
Enfim, só visto porque contado ninguém acredita.
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