Essa questão do cristianismo (referida aqui), segundo a qual Deus está no homem (em primeiro lugar), foi uma questão muito chata para os intelectuais e os filósofos, sobretudo no que respeita à questão da Verdade.
Depois de Cristo, passou a haver quem pudesse afirmar com razão e toda a convicção:
a) Eu tenho a verdade
b) Nós temos a Verdade
c) Ninguém tem a Verdade
d) A Verdade não existe
e) É a Verdade que me tem a mim
4 comentários:
e) É a Verdade que me tem a mim
e) É a Verdade que me tem a mim : "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20)
Deixe-me só acrescentar um ponto sobre a ideia que indica "Deus existe em cada um de nós", de forma geral está correcta, Jesus veio dar-nos uma relação próxima e pessoal com Deus, contudo um erro comum hoje em dia é isso ser entendido no sentido da imanência. É um erro comum actualmente, uma das causas da perda e relativização da Fé, por isso vale a pena tentar esclarecer.
Deus e a Verdade são transcendentes ao Homem, são uma realidade que existe fora do Homem e que pela Fé e pelo baptismo vêm fazer morada no Homem.
Devido ao pecado original Deus não mora no Homem, "Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. Aquilo que nasce da carne é carne, e aquilo que nasce do Espírito é espírito." (Jo 3, 5-6)
A imanência remove o lado transcendente e sobrenatural, reduz Deus às capacidades e intuição de cada um, abre o caminho ao naturalismo, sincretismo e subjectivismo. Relativiza Jesus, tornando-O apenas num Homem extraordinário, cuja intuição e imanência atingiu o topo. E acaba por tornar o Homem no principio e fim da Fé.
O erro da imanência é também o motivo de subjectivação da Fé e da Verdade, estas tornam-se relativas e dependentes da busca de cada Homem. Contudo a Verdade existe e é uma independentemente de nós.
A Verdade é-nos transmitida pela Fé, que é o encontro e reconhecimento de que Deus existe e encontro e reconhecimento da Verdade que Deus nos revelou.
O erro da imanência reduzem a Fé a uma experiência, contudo o magistério da Igreja indica-nos que isso não é Fé, é apenas crença em algo.
Da Dominus Iesus (7):
"A obediência da fé comporta a aceitação da verdade da revelação de Cristo, garantida por Deus, que é a própria Verdade: « A fé é, antes de mais, uma adesão pessoal do homem a Deus; ao mesmo tempo e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade que Deus revelou ». A fé, portanto, « dom de Deus » e « virtude sobrenatural por Ele infundida », comporta uma dupla adesão: a Deus, que revela, e à verdade revelada por Ele, pela confiança que se tem na pessoa que o afirma."
"Deve, portanto, manter-se firmemente a distinção entre a fé teologal e a crença nas outras religiões. Se fé é aceitar na graça a verdade revelada, « que permite penetrar no seio do mistério, favorecendo a sua inteligência coerente », a crença nas outras religiões é o conjunto de experiência e pensamento, que constitui os tesouros humanos de sabedoria e de religiosidade, que o homem na sua procura da verdade ideou e pôs em prática em referência ao Divino e ao Absoluto."
Convido o Pedro Arroja e os leitores a ler e conhecer melhor o erro do modernismo que tanto afecta hoje em dia a Fé católica.
Podem ler por exemplo a pascendi do Papa São Pio X onde está explicado este problema.
Francisco, fez muito bem em nos ter lembrado. E, também, com um óptimo link.
eo
Espero que ajude no conhecimento da Verdade da Fé, da nossa cultura, acrescento então algumas informações para quem quiser saber mais.
O Pedro Arroja tem nos mostrado coisas importantes e curiosas ao longo deste processo, tal como uma moral lata e uma Fé apenas de intuição e subjectiva é cómoda para sermos apenas bons consumidores e bons contribuintes, globais e sem "preconceitos" que limitem as "nossas" escolhas, vale a pena procurarmos a Verdade.
Se o Pedro Arroja não se importar, acrescento os seguintes pontos de leitura:
Explicação do modernismo e da sua forma de pensar
A nossa cultura e o modernismo
Caracteristicas do modernismo
O modernismo e a Verdade
A linguagem suave
Breve exame crítico dos cardeais Ottaviani e Bacci ao novo rito da missa
Porque vamos à missa
Obrigado.
Enviar um comentário