"Pomos-te sob a alçada da justiça. Na sala do tribunal, poremos lá dois acusadores contra ti, um dos quais representa a comunidade inteira, e só te permitiremos um defensor, para dar a aparência de que, ainda assim, estamos a fazer justiça. Depois, chamaremos uma manada de testemunhas. Terás toda a gente contra ti.
Não resistirás. Perderás a confiança em ti. Acabarás por te render. Começarás por duvidar de ti próprio e do teu próprio julgamento e, com o tempo, perderás esses traços de personalidade - a convicção, a afirmatividade, a independência e a liberdade de espírito. Acabarás submetido, igual aos outros, que é assim que nós te queremos, para que nós próprios possamos reinar livremente".
Foi assim que a nossa cultura, naquele que é um dos seus aspectos mais negativos - e que teve o seu auge na Inquisição - submeteu certo tipo de homens. Os custos foram pesados, embora seja de admitir que daí também resultaram alguns benefícios.
É assim que eu vejo o episódio que estou a passar na minha vida e que me mantém concentrado ao ponto da obsessão. Nunca duvidei um momento do meu julgamento de que neste processo judicial não cometi nenhum crime e que, se crimes houve, eles foram cometidos pelos meus acusadores. Na realidade, cada dia que me levanto esta convicção é mais forte do que no dia anterior.
Por isso, cada pessoa que se põe contra mim neste processo judicial está a cometer, aos meus olhos, uma grande injustiça.
Será retribuída pelos meios legítimos que eu tiver ao meu alcance (o principal até à data tem sido este blogue), quaisquer que sejam as consequências, em primeiro lugar para mim.
Já o fiz em relação ao magistrado do Ministério Público, António Prado e Castro, que produziu a acusação, e à juiz-de-instrução, Catarina Ribeiro de Almeida, que a assinou. Já o fiz em relação aos queixosos Paulo Rangel e Cuatrecasas. Tenho estado a fazê-lo em relação aos advogados de acusação, Adriano Encarnação e Ricardo Encarnação, bem como em relação a todas as testemunhas de acusação que já depuseram em tribunal, Paulo Rangel, Paulo Mota Pinto, António Ferreira, João Oliveira e Amaro Ferreira. Fá-lo-ei em relação a todas aquelas que estão pela frente.
Todos os acusadores - à última contagem já vão em dezasseis - que tirem uma coisa do espírito. Não prevalecerão. Prevalecerá a Justiça.
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