(Continuação daqui)
V. Autoridade: A Catolicização dos Partidos Políticos
Os países que nunca se deixaram penetrar pelas ideias do protestantismo - como é o caso dos países católicos e ortodoxos do sul da Europa, como Portugal, Espanha, Itália, Grécia - têm uma grande dificuldade em viver sob o regime de partidos e do Estado de Direito democrático.
É que os partidos políticos são a versão laica das seitas protestantes, e descendem delas, e a autoridade a que estes países estão habituados é uma autoridade que está centrada num homem, e não na lei.
Os partidos tornam-se, por isso, instituições muito divisivas e destrutivas nos países desta tradição, ao mesmo tempo que dificilmente conseguem viver sob a autoridade suprema da lei (a justiça é um dos sectores que primeiro entra em colapso).
Como catolicizar os partidos políticos de maneira que, de instituições divisivas e destrutivas da comunidade, eles se tornem instituições de diversidade na unidade, e construtivas?
Imitando a Igreja Católica.
Inscrevendo na Constituição uma cláusula estipulando que os chefes dos partidos prestem um juramento de obediência absoluta à autoridade suprema do Chefe de Estado (e os militantes dos partidos ao seu respectivo chefe).
Quando algum ameaçar, pelas palavras ou pela acção, tornar-se divisivo ou destrutivo, o Chefe de Estado manda-o parar.
Para dar um exemplo vivo: a divisão que os partidos independentistas da Catalunha estão a causar em Espanha, nunca teria acontecido se esta regra constasse da Constituição do país.
Sem comentários:
Enviar um comentário