É altura de admitir que eu cometi três crimes, embora não aqueles que me são imputados pelo Ministério Público - injúrias, difamação agravada e ofensas a pessoa colectiva.
Foram todos cometidos ao longo dos dois anos e meio em que comentei no Porto Canal.
Já me referi a dois deles, mas nenhum é o principal. O crime principal foi outro e coincidiu com o tema de que mais falei nos écrans da estação - e de forma mais enfática.
Este crime partilha também com os outros a faceta de ter sido cometido ao longo do tempo; não através de um acto único, mas de maneira discreta, reincidente e reiterada. Por assim dizer, foi um "crime às pinguinhas".
Porém, ao contrário dos outros, que foram cometidos sobre obras do diabo, este foi cometido sobre uma obra de Deus, e é isso que lhe confere uma gravidade especial.
Como se tratou de uma prática criminosa continuada e reincidente, tive a oportunidade de encontrar, ao longo do tempo, as mais surpreendentes manifestações do diabo - cheguei mesmo a encontrar o Ministério Público -, e também de Deus, embora muito mais deste do que daquele.
E as mais extraordinárias ironias.
A mais extraordinária de todas foi logo a primeira. O crime começou numa igreja.
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