O povo português não confia no seu sistema de justiça - e isto é assim quer em termos absolutos quer em termos relativos.
A conclusão a tirar daqui é que o sistema de justiça não há-de ser nada democrático porque não reflecte a concepção de justiça do povo.
Mas também se tira daqui outa conclusão, que é a seguinte: se o povo português não confia no seu sistema de justiça é porque ele próprio - o povo português - há-de ter uma concepção de justiça que é diferente daquela que prevalece no seu sistema de justiça.
E em que é que as duas concepções diferem - a do povo e a do sistema?
O povo tem uma tradição cristã em que a verdade se identifica com Deus - "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" - e em que a justiça está assente na verdade, e deriva dela. Ao passo que o sistema tem uma concepção de justiça que está assente na mentira.
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