Tomás de Aquino definiu a verdade como a adequação do intelecto à realidade.
Se a parede é branca, o intelecto está vinculado - de facto, obrigado - a declarar que a parede é branca.
A pós-verdade não contém este vínculo ou obrigação.
O intelecto é desligado da realidade e passa a ser livre de declarar o que quer que seja, independentemente da realidade.
A parede é azul, cor-de-rosa, amarela, preta, ou esbranquiçada, consoante ocorra ao sujeito.
A pós-verdade é a liberdade de escolha em relação à realidade.
Tanto pode ser uma aproximação à verdade como uma rotunda mentira.
No caso de reunir um número suficiente de pessoas num grupo de pressão com influência legislativa, pode ser decretada em lei.
A parede é azul, diz a lei (embora, na verdade, a parede seja branca).
Dizer que a parede é branca passa a ser crime.
1 comentário:
> passa a ser crime
Punível com uma taça de cicuta.
E esses se calhar já tinham ido buscar a ideia ao Gilgamesh, que por sua vez ...
(Francamente, quando é que mandar verdades cá para fora foi ocupação segura? O tougo do Adão bufou tudo, em vez de negar a pé firme, e cá estamos nós nisto ...)
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