21 dezembro 2016

a casta

Em Itália, Beppe Grillo chama-lhe a casta. É constituída sobretudo por políticos e administradores públicos que vivem acima das regras do cidadão comum e com privilégios que não são reconhecidos a mais ninguém.

Tem um exemplo no post imediatamente em baixo. Veja aqui outro. Um deputado que é (era) também director de uma grande sociedade de advogados - uma sociedade multinacional - numa altura em que o seu partido coligado com outro estava governo.

Como deputado compete-lhe promover o interesse público. Como director da sociedade de advogados compete-lhe promover interesses privados, incluindo o seu.

Na dupla posição que possui ele pode, entre outras coisas,

-influenciar o Governo e outras instituições públicas no sentido de estabelecerem contratos com a sua sociedade de advogados, viajando dinheiro de todos os contribuintes da bolsa do Estado para a bolsa da sua sociedade e para a sua própria bolsa - uma situação que é conhecida pelo nome de nepotismo.

-influenciar o processo legislativo de que ele, como deputado,  é parte, no sentido de o enviesar em favor dos interesses dos seus clientes (e em detrimento do interesse público), cobrando um preço por isso.

-estando por dentro do processo legislativo, passar informações - e cobrar-se por isso - aos seus clientes acerca da legislação que está para sair e os seus contornos, abrindo-lhes oportunidades de negócio e favorecendo-os em relação ao resto da população. Esta situação é conhecida por abuso de informação privilegiada (inside information).

Cheguei à televisão e desanquei-o só pela razão de que em virtude da situação de conflito de interesses em que se encontrava, se pôs e à sua sociedade de advogados no caminho de uma obra que  estou a fazer.

Convidei-o para ir lá rebater as minhas afirmações, mas como é um cobarde nem deu sinais. Pois este parolo, teve o desplante de me pôr um processo em tribunal  porque eu lhe ofendi a honra - que é uma coisa que eu só sou capaz de ofender a quem a tem - ao mesmo tempo que, com pezinhos de lã, se demitia de director da sociedade de advogados, reconhecendo a verdade das minhas afirmações.

Ele é a vítima, eu sou o algoz - as posições invertidas, o mundo às avessas. A mentira queixa-se da verdade.

Se, embora sejam poucas as probabilidades - porque o processo não tem pernas para andar, é mera intimidação - nos encontrarmos em tribunal, este pacóvio sem-vergonha vai receber a lição da sua vida.

Ele anda agora aí pelos jornais a avisar-nos sobre os perigos do populismo de que Beppe Grillo e, ainda mais Donald Trump, são as faces visíveis.

Na verdade, quando em Portugal se revelar um Trump - lembre-se que a cultura portuguesa imita tudo - os membros da casta, como ele,  serão imediatamente varridos. É disso que ele tem medo.

8 comentários:

Rui Alves disse...

"Perigos do populismo"?

E aqueles que, prometendo utopias, nos enfiaram no euro, nos escancararam fronteiras, nos expuseram à concorrência estrangeira desleal, e nos iludiram com direitos e regalias insustentáveis?

Esses são o quê?

Rui Alves disse...

Mas sim, com uma coisa eu concordo. O populismo é perigoso. Como derradeira consequência, faz um país falir e andar de mão estendida a mando dos seus credores. Deus nos livre que o populismo apareça cá por Portugal, seria a nossa ruína.

Anónimo disse...

O Arroja? É um filha da puta.

Anónimo disse...

O Arroja? É um porco da merda.

Pedro Sá disse...

A burguesia nacional é demasiado pequena para que isso pudesse acontecer.

José Lopes da Silva disse...

Quem será que anda a deixar aqueles comentários com insultos, que era coisa que já não se via por aqui há muito?

Anónimo disse...

É tão engraçado, paradigmático mesmo, ver gente a colocar os seus defeitos em cima de outros.
Faz parte da espécie.

marina disse...

é assim Rui , esses são utopistas , sofisticados , chiques , teóricos ; os populistas são saloios , básicos , práticos :)

a casta intelectualoide , que nunca produziu um euro , contra o povo que lhe dá de comer.