16 setembro 2016

Ai, ai , ai... Ai, ai, ai...

Uma sociedade de advogados multinacional, habitualmente paga a peso de ouro, é chamada (e paga) para elaborar um Protocolo Tripartido visando compatibilizar os objectivos, expectativas e interesses de três instituições que pretendem prosseguir um projecto comum.

Ouve uma só das três instituições, não passa cartão às outras, redige um papel e diz que aquilo é um Protocolo Tripartido.

Alguém chega à televisão, de papel na mão, agita o papel e proclama alto e bom som que aquilo não é trabalho jurídico sério, mas uma palhaçada jurídica.

Ai, ai, ai... Ai, ai, ai..., diz a sociedade de advogados - pela boca de três dos seus directores -, que me foram à reputação.

E faz queixinhas ao Ministério Público, qual donzela ofendida. Crime - diz ela. Difamação agravada!. Como uma qualquer esganiçada, que não aguenta uma carga de cavalaria.


3 comentários:

Vivendi disse...

Mais um artista de circo, perdão, de partidos...

Ainda esta semana andou a afagar o lobista Durão.


«... Em numerosos países, e em Portugal sem dúvida, a noção, o espírito, a finalidade dos partidos corromperam-se e as agremiações partidárias converteram-se em clientelas, sucessiva ou conjuntamente alimentadas pelo Tesouro. Findo o período romântico, ou até antes disso, que se segue às revoluções ditas liberais do começo do século XIX e em que os debates parlamentares revelavam com erudição e eloquência preferência pelas grandes aspirações nacionais, a realização partidarista começou a envilecer-se.
Duvido se alguma vez representou o que se esperava; desde os meados do século passado até 1926 - em monarquia e em república - a vida partidária tem seus altos e baixos mas deixa de corresponder aos interesses políticos e distancia-se cada vez mais do interesse nacional. A fusão ou desagregação de partidos, as combinações políticas são fruto de conflitos e de paixões, compromissos entre facções concorrentes, mas nada têm que ver com o País e os seus problemas.
Aqui e além tenta-se regulamentar, moralizar, constitucionalizar a vida partidária. Tudo embalde. Um partido, vários partidos dispõem do poder - são governo; mas não se encontra, como poderia supor-se, relação concreta nem entre os actos de governo e os programas partidários nem entre os programas e as exigências da Nação. Nós chegámos aos últimos extremos na república parlamentar com 52 governos em menos de 16 anos de regime.
A única conclusão possível é que a fórmula partidária faliu e de tal modo que apregoá-la como solução para o problema político português não oferece o mínimo de base experimental que permita admiti-la à discussão. Mas pode ir-se mais longe e invocar para contra-prova a experiência de mais de vinte anos de política sem partidos, de política nacional simplesmente.
O espírito de partido corrompe ou desvirtua o poder, deforma a visão dos problemas de governo, sacrifica a ordem natural das soluções, sobrepõe-se ao interesse nacional, dificulta, se não impede completamente, a utilização dos valores nacionais para o bem comum. Este aspecto é para mim dos mais graves».

Oliveira Salazar («O Meu Depoimento», Discurso de S. Ex.ª o Presidente do Conselho, na Sessão Inaugural da II Conferência da União Nacional, no Porto, em 7 de Janeiro de 1949).

José Lopes da Silva disse...

Está resolvido? http://www.jn.pt/local/noticias/porto/porto/interior/supermercado-continente-vai-pagar-obras-do-joaozinho-5395244.html

Anónimo disse...

Comecei a ler este texto sem ver quem era o autor, como faço quase sempre. À medida que ia prosseguindo na leitura ia dizendo cá para mim: estas frases podiam ter sido escritas por Salazar. Quando cheguei ao fim e vi que era de facto ele o autor não fiquei nada admirada, antes concordei palavra por palavra com o seu depoimento. Mais uma vez se prova que Salazar em 1949 foi correctíssimo na descrição da instituição "partidos", tanto os da sua época que retratou tal e qual, como foi premonitório e com muitas décadas de antecedência relativamente ao regime e partidos que o iriam substituir muitas décadas depois. Fosse ele hoje vivo e seria de uma utililidade extrema, sobretudo para bem dos portugueses, saber o que pensaria/escreveria sobre esta oligarquia vergonhosa que se tem governado e de que maneira e não o Povo, desde 1974.

Parabéns Vivendi por revelar mais um grande texto saído da pena desse que foi o nosso melhor e maior Governante de todo o século vinte.
Maria