A estratégia dos socialistas explicada por um socialista
Ao contrário da anterior legislatura, em que a política económica era orientada apenas para a procura externa, contraindo a procura interna, e em que se pretendia reduzir a dívida pública com inúmeras privatizações (cujo encaixe foi significativamente superior ao exigido no memorando com a troika), a estratégia iniciada neste OE é de redinamizar a procura interna – nomeadamente através da devolução e aumento dos rendimentos do trabalho – de requalificar o Estado e de acelerar a execução dos fundos estruturais bem como melhorar os custos de contexto das empresas (SIMPLEX) para promover o investimento.
Paulo Trigo Pereira, no Observador
Comentário: Não penso que seja possível estimular o crescimento económico através do aumento dos rendimentos dos trabalho, em particular se a produtividade estagnar. Não penso que seja possível requalificar o Estado reduzindo o número de horas de trabalho. E não penso que certos aumentos de impostos (ex. ISP) melhorem os custos de contexto, pelo contrário.
12 comentários:
Não se trata de confrontar modelos. Trata-se de atacar um problema de cada vez.
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É evidente que aumentar exportações é bom. O país como um todo (estado e privados) agradece porque deixa de precisar de maior endividamento para financiar o investimento dos privados.
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Contudo, o problema das contas do estado (défice do oe e dívida pública) não se resolve apenas com exportações maiores. Resolve-se com crescimento geral de actividades que produzem riqueza em forma de impostos. Principalmente incentivos à substituição de importações.
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Resolva-se os problemas dos privados que as contas do estado melhoram por simpatia.
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Já constatamos q cortar na despesa com pessoal ou aumentar impostos directos (reduzir rendimebtos)tem o efeito perverso de gerar outras despesas no estado. Porque? Porque ao cortar salários e deprimir a procura interna o desemprego disparou e com ele os subsídios de desemprego e contribuições associadas. Foi por isso que a despesa entre 2011 e 2015 quase não baixou. Cortaram nela, mas não baixou. Ao cortar num lado suscitou aumento no outro.
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Portanto, a melhor estratégia, seria continuar a alimentar a procura interna a níveis controlados e aumentar impostos sobre produtos importados (gasolina , carros etc). Para que os rendimentos não saiam.
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Com a manutenção da procura interna a receita fiscal aumenta e as contas do estado melhoram substancialmente. É nesta altura de crescimento, e não noutra, que o governo deve aproveitar para reduzir despesa e impostos directos.
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Se o fizer em decrescimento como em 2012 a 2014, a consolidação não se faz. É uma consolidação colada a cuspe e aparentr. À custa de desemprego elevado e emigração massiva, bem como falências em catadupla.
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Em termos económicos podemos avaliar se a política de rendimentos foi longe de mais ou não. Como?
Observando o que aconteceu com o incumprimento, falências. Foi de tal forma violento o incumprimento à banca que a política de rendimentos só pode ter sido errada. Com a banca com doses massivas de incumprimento, o estado teve de a socorrer. Gastando mais dinheiro e aumentando a despesa.
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Rb
Ora, sabendo como sabíamos que a banca estava exposta a determinados sectores, a política económica não podia ter sido a pior. A não ser que se quisesse liquidar a banca nacional para ser comprada por estrangeiros. Tambem pode ter sido essa a ideia inculcada nos nossos governantes que não sabem pensar para além daquilo que se lhes põe à frente dos olhos.
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Precisamente porque sabíamos que os balanços dos bancos tinham muito crédito a certos sectores é que não se devia fazer colapsar as empresas do sector. Podia ter se reduzido paulatinamente e dar os desincentivos certos para que a substituição de activos nos bancos fosse a adequada sem causar danos irremediáveis.
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Rb
pois , não se percebe . quando o principal problema da competitividade desta choldra é o preço da energia , vai o homem e aumenta o oil . saiu pior que a encomenda , o Costa.
e sempre tive bastante respeito pelo PCP , lá seguia , firme e hirto , os seus princípios : olha , saiu igual aos outros todos , afinal , dobram a espinha num instantinho.
Reduzindo as horas mas aumentando o nº de funcionários públicos e de serviços públicos como vai ser o caso das escolas abertas até à noite para os jovens fazerem karaté e terem aulas de ballet.
E este imbecil nem está a fazer cortes provisórios para pagar dívida. Isso fizeram os outros.
Tudo podia ser reversível, excepto as privatizações que foram poucos. Ficou por privatizar muita merda que só dá prejuízo como a RTP
Este cretino faz aumentos em impostos e isso é lei para ficar, não é medida provisória para pagar nada.
Porque a geringonça nunca paga- as geringonças escardalhas só sabem gastar e sacar a quem produz para eles gastarem a comprar voto.
É engraçado como teorias e palavras mágicas bonitas subvertem os factos. Nos ultimos anos o PIB português foi maioritariamente orientado para áreas que respondessem ao consumo interno e tudo sustentado por financiamento externo. A construcção civil chegou a ocupar quase 20% do PIB quando a média européia é de cerca de 8%, com o detalhe da intensa produção de fogos novos quando a Europa aplica mais a área da reforma de fogos já existentes.
Com crise veio veio a dificuldade de financiamento e o governo começou a priorizar as áreas que pudessem trazer o $$$ para suportar o burgo:as exportações e o turismo. Claro... cortou muito, a brava mesmo em diversos setores porque não havia ( e continua não haver) dinheiro.
Esses setores atingidos estavam habituados a receber benesses do estado como PPPs ou rendimentos inquestionavelmente superiores ao restante da população como os funcionários públicos... então a chiadeira foi grande.
Ou seja: o governo governou contornando as dificuldades, elegeu as prioridades e retirou a chupeta a quem mais recebia. Dentro das hipóteses fez o certo: poupar os que menos ganham (o setor privado), priorizar o pagamento da dívida enquanto os juros estão baixos para aos poucos libertar o país da prisão dos credores,corrigiu anomalias como o número de horas trabalhadas em todos os setores e evitar a todo custo a ciranda de investimentos públicos que fez de Portugal um dos países com melhor infraestrutura a nível mundial num exagero inversamente proporcional a produtividade apresentada.
Mas claro...a PAF foi a culpada pq é mazinha por natureza...
Mas o mais impressionante é divergência que Portugal teve com todo investimento realizado nos anos pré-PAF onde obteve crescimento medíocre e níveis de endividamento cada vez maiores ao aplicar a receita que ora advoga-se como a correta para retirar o país da crise.
A chiadeira foi grande e ainda será maior se lhes voltarem a tirar alguma coisinha.
A escardalhada no poder só cria maus hábitos a alguns para ter agarrada a clientela para o voto.
Mas o cfe faça as contas à precentagem e vai ver que eles não são parvos. Sabem que cerca de 60% da população vive do Estado- portanto, esse grupo é que tem de estar bem tratadinho.
percentagem
Zazie,
Tem razão quanto a percentagem.
Todos a volta da galinha a insistir que ponha ovos. E se, as galinhas fogem (emigram), emagrecem por exaustão (não rentáveis) ou escondem os ovos ?
Portugal não vai aguentar nessa rota.
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