21 fevereiro 2016

Francamente


Eu gosto de pensar Cristo meramente como um homem para depois decidir se um homem assim também pode ser Deus.

Um homem aberto capaz de conviver com todos, até com os simples e os marginais; um homem corajoso que enfrenta os poderosos; um homem genuíno capaz de morrer por aquilo em que acredita; um homem ao mesmo tempo privado e público, que tão depressa sobe a um monte para rezar sozinho, como sobe a outro para pregar à multidão; um homem valente que entra em Jerusalém sabendo o que lhe vai acontecer; um homem que tão depressa se monta num burro como caminha sobre as águas; um homem que adora mulheres e as mulheres adoram-no a ele, mas que se contém sempre de maneira a nunca entrar em intimidade com alguma delas; um homem que tem sempre a resposta certa para cada momento e circunstância; um homem absolutamente insensível às mentiras e calúnias que lançam sobre ele; um herói capaz de morrer pelos outros; um homem tolerante, capaz de ser amigo até  daqueles que o vão trair e renegar; um homem capaz de restituir a vida aos outros mas que aceita que os outros lhe tirem a vida a ele...

Na fase da vida a que cheguei, eu já conheci muitos homens, alguns directamente, outros indirectamente, porque me falaram deles ou porque  li sobre a sua vida e a sua obra.

Francamente, como este eu nunca conheci nenhum. Além de homem, este só pode ser Deus.

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