Aparentemente há um número crescente e
assustador de miúdas, em Portugal, que se dedica à prostituição. São miúdas com
pouco mais de 18 anos, que ganham a vida, e muitas vezes pagam os seus estudos
em universidades privadas, como prostitutas.
Neste post não quero fazer um juízo moral
sobre este comportamento, apenas deixar algumas reflexões.
A primeira é que a vida destas garotas vai
ficar para sempre marcada por essa experiência. O modo como se relacionam com o
sexo oposto jamais será o mesmo, há, por assim dizer, uma perda de inocência
que me parece irrecuperável. Adeus Romeu e Julieta, adeus romantismo.
A segunda reflexão é que, apesar destas
raparigas serem inteiramente responsáveis pelas suas decisões, temos de
reconhecer que o contexto não as ajuda. Uma economia de m*, elevado desemprego
juvenil, legislação laboral anquilosada, etc., deixa poucas alternativas.
É o preço a pagar pelo “caminho para o
socialismo”. Não é por acaso que a prostituição é elevadíssima nos países
socialistas, como Cuba, por exemplo.
Aliás, em conversa com um amigo, sobre este
assunto, ele foi taxativo:
- Joaquim, o que se está a passar neste
domínio, em Portugal, é uma verdadeira cubanização.
Não sei que mais possa dizer. Apenas que este me parece um fenómeno inteiramente previsível e uma prova irrefutável do falhanço do regime político vigente.
10 comentários:
Caro Joaquim,
O "aparentemente" resulta de que tipo de conhecimento? Salvo se o meu caro amigo costuma recorrer aos serviços das meninas - e sobre isso também não faço qualquer juízo de valor - e sabe de facto que agora há mais miúdas universitárias, não estou nada certo dessa "ideia" que também já ouvi aqui e ali. Note bem que os anúncios "universitária" ou "a começar" não são necessariamente verdadeiros.
Num registo um pouco mais sério, não tenho qualquer dúvida de que há hoje mais mulheres a recorrer à prostituição. Muito por motivações económicas (aliás, sempre foi assim, certo?) mas não sei se há muitas que o façam para pagar as propinas da universidade. Não sei sequer se, tomada essa decisão, os estudos lhes interessam.
Penso que a net veio facilitar (e "democratizar") o acesso à profissão e tornou mais simples ganhar umas coroas sem demasiada exposição. Penso mesmo que esta é a maior razão porque haverá hoje prostitutas oriundas de origens sociais muito diferentes. Qualquer uma pode ser sem ter que ir para casas de madames ou ter que prestar contas a um chulo.
São miúdas com pouco mais de 18 anos, que ganham a vida, e muitas vezes pagam os seus estudos em universidades privadas, como prostitutas.
Pois. Porque felizmente ninguem precisa de se prostituir para pagar os estudos nas universidade públicas...
Nas universidades publicas basta ter notas decentes.
Rui Silva
Jaquim,
Já agora e por falar em taxas de prostituição nos paises socialistas: conheces as taxas de prostituição na Coreia do Norte? E na China? E na Venezuela? :):):)
Rui Silva
onde foi buscar isso do numero crescente ? e para pagar estudos ? ainda por cima para que raio servem os estudos ? so se for de sexologia , tipo uma mais valia no ganha pao .
Meu caro Joachim, creio que está enganado quanto às taxas de prostituição nos diversos países.
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Em cuba as mulheres prostituiem-se por razões económicas de sobrevivência, mas por exemplo no brasil 48% da prostituição é feita para obter droga. Na América do norte e na Europa é para a droga e para obter mais alguns luxos.
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Não creio que cuba tenha uma taxa maior de prostituicao do que Miami. O que acontece é que o preço das cubanas é menor, pelo que o acesso é mais popularuxo.
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Em suma, a prostituição não prolifera apenas nos países pobres (comunistas) mas sim nos países ricos (capitalistas), contudo por razões distintas.
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Rb
Pelo que se pode concluir que no caso dos países pobres comunistas é falhanço de regime, mas no caso dos países ricos e capitalistas é falhanço de valores.
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Rb
Caro Ricciardi,
Sim, em Portugal temos o pior de dois mundos. O falhanço do socialismo e o falhanço de valores :-)
Joaquim
O ensino superior em Portugal não está preparado para ter estudantes-trabalhadores.
As aulas são dispersas pelo dia. Em Espanha em alguns estabelecimentos há aulas apenas de manhã para os alunos terem as tardes todas livres.
Além das dispersão das aulas pelo dia com furos pelo meio com Bolonha há um grande controlo das faltas. Dá-se um peso crescente à avaliação contínua. Quem falta, mesmo que trabalhe, sai prejudicado em algumas disciplinas.
Na UP os estudantes já não podem fazer muitos exames em Setembro, mesmo que trabalhem só podem fazer 9 créditos! Ora há cadeiras que valem mais que isto.
Com as novas tecnologias tornou-se moda obrigar os alunos a apresentar as aulas. Isto implica por vezes um ou dois dias de trabalho por semana só para fazer as apresentações.
Há poucos trabalhos em part-time, os horários não são possíveis de conciliar com os estudos, os trabalhadores independentes oferecem 50% do que ganham ao Estado, os trabalhos são muito mal pagos.
Portugal não está preparado para ter estudantes a trabalhar.
> não quero fazer um juízo moral
Pois é.
Depois queixam-se.
Óbviamente, não tem nada a ver uma coisa com a outra.
Nada.
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